Opinião - Pedágios e lucros estratosféricos


04/07/2011 09:42

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O governador Geraldo Alckmin anunciou na segunda-feira, 27/6, os novos valores das tarifas de pedágios das rodovias paulistas. O reajuste autorizado de 9,77% (IPCA) e de 6,5% (IGPM) chega às 277 cabines espalhadas pelas estradas de São Paulo no dia 1/7. A maior tarifa será cobrada na rodovia dos Imigrantes, que liga a capital à Baixada Santista, e será de R$ 20,10. Hoje é R$ 18,50.

No ano passado, o ex-governador Alberto Goldman, numa tentativa desastrosa de tentar reduzir os valores para dar uma mãozinha ao seu candidato à Presidência, concedeu mais um agrado às concessionárias que administram as rodovias. Portanto, os valores, na sua grande maioria, ainda sofrerão mais ajustes, sendo arredondados sempre na casa dos R$ 0,10 (no ano passado foi em R$ 0,05).

Uma ferramenta intitulada pedagiômetro (www.pedagiometro.org.br) foi criada para calcular em tempo real, utilizando os dados fornecidos anualmente à Assembleia Legislativa de São Paulo pelas empresas, o lucro que os pedágios dão às concessionárias.

O total arrecadado, até a confecção deste artigo, chegava a quase R$ 3 bilhões. Ou seja, os pedágios paulistas arrecadaram, até o dia 29 de junho, R$ 168,09 por segundo, R$ 605.124 por hora, R$ 14.522.976 por dia, R$ 435.689.280 por mês.

A maioria dos contratos firmados com as empresas permite que elas explorem as rodovias, todas construídas com dinheiro público, por mais de 25 anos.

Enquanto as concessionárias se esbaldam e se lambuzam com os lucros estratosféricos, o governador não cumpre a promessa de campanha de rever os contratos e baixar os valores dos pedágios. O povo mais uma vez deixará uma boa quantia do seu ordenado nas cabines espalhadas pelas rodovias paulistas. (mlf)



*Marcos Martins é deputado pelo PT.

alesp