Através do labirinto, Fábio Genuizzi desvenda o mistério de sua arte


03/02/2003 20:08

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Portaits, de Fábio Genuizzi: conduzindo o espectador pelo labirinto da arte<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/portraits.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Emanuel von Lauenstein Massarani

A obra de Fábio Genuizzi se destaca pela redefinição do espaço-tempo e pelo entrelaçamento dos temas concebidos através de uma variedade imensa de meandros, arabescos e curvas diversas, que nos transportam de repente a uma espécie de "barroco" dos dias atuais.

Trata-se de uma verdadeira dança, onde o turbilhão das formas contribui para criar um movimento sui generis. Todas essas formas, convocadas e mobilizadas, são animadas para a ocasião.

Traçando linhas, livrando-se à elaboração de imagens debochadas e reforçadas de contornos, a obra alcança uma abstração lacônica e minimal. Tudo muito próximo da figuração livre, sem história nem narração, mas uma figuração que absorve o traço e a perspectiva.

Medindo suas efusões, calculando suas improvisações e interrompendo aqui e acolá seus élans líricos ou retóricos, o jovem artista devolve à pintura moderna, no mesmo movimento, o sentido do corpo, da cor, da forma e da matéria, conseguindo dar a esse gesto uma grande vitalidade.

Seu gosto pela "perfomance" é evidente, sobretudo, se analisarmos o fio de Ariadne que traça para fazer penetrar o espectador no labirinto de sua arte. Assim o demonstra Fábio Genuizzi em sua obra Portraits, doada ao Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho. Conseguindo combinar a mais extrema desordem com uma espécie de matemática secreta que se evidencia no abstracionismo, o que nela se destaca é o mistério aparente que revela.

Sem renunciar a um mínimo de normas e de pontos fixos que asseguram o conteúdo de seus quadros, ao mesmo tempo que o seu jogo livre, Fábio Genuizzi consegue criar, através de uma sua ordem e de uma sua desordem pessoal, normas e turbulências, dentro de uma sólida estrutura e de um quadro preciso.

O artista

Fábio Genuizzi nasceu em Bérgamo, Itália, em 1970. Freqüentou o Liceu Científico e, mais tarde, formou-se em Artes Gráficas no Instituto Europeu de Design, em Milão.

Desde 1982, dedica-se ao grafismo publicitário de modo especial no campo da moda esportiva e out-doors de importantes empresas alemãs, francesas e japonesas. Foi contratado pela Harley-Davidson Motorclothes dos Estados Unidos, para a nova imagem de comunicação da empresa.

Criador de imagens para diversas empresas, ficou fascinado pelo design em geral, quando em 1999 realizou uma exposição de pequenas mesas de centro em madeira, com design minimalista e um grafismo com cores vivas. Após essa exposição iniciou uma colaboração com uma empresa de objetos de design, para quem projeta uma série de relógios de mesa e de parede, para cuja produção utiliza materiais os mais variados como alumínio, plástico, ferro e cores acrílicas.

Sua produção artística é exposta pela primeira vez em 1995, juntamente com outros três artistas, onde apresenta 45 quadros e esculturas. No ano seguinte, é convidado a participar com suas obras na importante manifestação organizada pela Telethon Itália, para reunir fundos para pesquisa científica sobre doenças que afligem os nossos dias.

De 1996 a 2002, continua trabalhando na busca de um estilo que melhor o possa representar, propondo quadros e estruturas que aparentemente não possuem nenhum elo entre si. No primeiro semestre de 2003, Fábio Genuizzi deverá expor em São Paulo em um importante espaço cultural.

alesp