Da assessoria da deputada Maria Lúcia PrandiA deputada Maria Lúcia Prandi (PT) visitou, nesta quinta-feira 12/5, a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Santos. A parlamentar inicia, dessa forma, o ciclo de contatos que a parlamentar fará em todas as DDM"s da Baixada Santista. O objetivo é verificar as condições estruturais de cada unidade da região para realizar um diagnóstico do atendimento da Polícia Civil às mulheres vítimas de violência."A partir desse trabalho, vamos verificar as carências e buscar os recursos necessários para solucioná-las", explica a deputada, que é coordenadora da Frente Regional para Enfrentamento da Violência contra a Mulher. Segundo informou a delegada Débora Lázaro, da DDM de Santos, a unidade está informatizada, com seis computadores, e dois terminais ligados à rede de Registro Digital de Ocorrências, conta ainda com com 16 funcionários e duas viaturas. Para ela, a principal necessidade é a ampliação da equipe. "Se contássemos com mais duas escrivãs e uma investigadora seria ideal, para agilizar o atendimento", afirmou. A delegada afirmou que o número de atendimentos na Delegacia triplicou desde o início desse ano. "A maioria vem só para tirar dúvidas, obter esclarecimentos. Isto aumenta a demanda e o tempo de espera para ser atendida. Se houvesse mais uma escrivã, para cada plantão, conseguiríamos atender com maior rapidez." Prandi comprometeu-se a protocolar, na Assembléia Legislativa, indicação para que a Secretaria Estadual de Segurança Pública amplie a equipe da DDM de Santos. A deputada destacou a necessidade da criação de equipes multidisciplinares para dar suporte às vítimas. "Esta é uma luta antiga, que vamos intensificar para beneficiar todas as unidades do Estado", concluiu Prandi. Crescimento da violência contra a mulher na BaixadaNos quatro primeiros meses desse ano, as cinco Delegacias de Defesa da Mulher (DDM) ligadas à Seccional de Santos registraram 4.547 casos de maus-tratos contra mulheres. O número equivale a 35,5% do total de ocorrências registradas nas sete DDM"s da Baixada Santista em 2004. As informações foram divulgadas pela deputada na abertura do I Fórum contra Violência Doméstica, em São Vicente.Este aumento, entende a deputada, pode indicar o crescimento da violência contra as mulheres ou o da consciência e coragem para fazer a denúncia" . Prandi coordena a Frente Regional para Enfrentamento da Violência contra a Mulher e discorreu nesse primeiro encontro sobre o Plano Nacional de Políticas para as Mulheres. O documento foi elaborado ano passado pelo Governo Federal e envolve 198 ações a serem implementadas por meio de parcerias entre municípios, estados e a União. "Antes, os casos de violência eram enquadrados como de pequeno potencial ofensivo e os juízes determinavam que o agressor pagasse uma cesta básica como pena. Dessa forma, as mulheres eram penalizadas mais duas vezes. Uma, porque os companheiros tiravam dinheiro do sustento da casa para comprar a cesta, outra, porque diante da pena branda voltavam a agredi-las" declarou Prandi.EducaçãoComo presidente da Comissão de Educação da Assembléia Legislativa, ela reafirmou a importância da educação para construir um modelo educacional não-sexista, onde homens e mulheres tenham seus direitos respeitados. Não podemos perpetuar preconceitos", acrescentou.A deputada referiu-se ao aumento de gravidez em meninas cada vez mais jovens. Declarou ainda que o governador vetou projeto de lei de sua autoria que cria a Política Estadual de Prevenção e Atendimento à Gravidez Precoce, embora já tivesse sido aprovado pelo Legislativo.