O simbolismo de Tatiana Clauzet, intimamente ligado a um sentimento sagrado e cósmico

Museu de Arte do Parlamento de São Paulo
20/10/2006 18:18

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Tatiana Clauzet<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/TatianaClauzete20out.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> <i>Paz</i><a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/TatianaClauzete obra20out.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

O que marca a pintura de Tatiana Clauzet é sua individualidade inconfundível. Abstracionismo, seguramente não! E muito menos figurativismo no sentido clássico do termo. Ela constrói seus quadros dentro de um clima de fantasia. O seu pontilhismo se transforma numa pintura de sonho, pronta a enunciar e aprofundar uma imagem lucidamente onírica, da qual emergem outros motivos dialéticos, a começar por uma seqüência de formas geométricas temperadas pela organicidade dos traçados e do conteúdo. O todo cria uma verdadeira rosácea com sabor do novo milênio.

Trata-se de um sonho com olhos abertos, sempre mais explícito no objetivar a interdependência do traço pontilhado e das estruturas visuais. Entretanto, também a cor, muito além do informal, está cada vez mais diversificada e expressiva.

A pontualidade estética das cores inclui seu significado simbólico, sem porém sufocá-la. Dela resulta, consistente, a descoberta de um novo conceito de vida, que tem sua origem na mesma fonte remota de um sentimento sagrado e cósmico.

Tatiana Clauzet alimenta lentamente o trabalho sobre suas telas até que elas alcancem uma coerência e uma autonomia plástica satisfatória. Em vez de ver um objeto sobre a tela, a artista se preocupa em olhar o movimento, a forma e a cor desses pequenos pontos, que formam um todo e resultam quase num vitral. São eles que provocam nossa sensibilidade, própria para captar a mensagem da pintura.



Fascinada por essa explosão colorida e pela invenção plástica que obriga à reflexão, suas obras possuem uma figuração que não estamos habituados a ver. Sua prioridade é a riqueza pictural, dominando o objeto como tal. Entretanto, a grande virtude de Tatiana Clauzet é a musicalidade que ela transmite, harmônica e melodicamente.

Na obra Paz, doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, a artista nos oferece a festa dos próprios sentimentos e dos próprios sentidos. Quem observa seus quadros reencontra a alegria de viver.



A artista

Tatiana Clauzet nasceu em São Paulo em 1980. Após cursar o colegial, em 1998 foi para Austrália, onde durante dois anos, realizou uma experiência insólita de morar no deserto central daquele continente. Fascinada pelas cores e paisagens que ali encontrou, dedicou-se à pintura como autodidata. Regressou ao Brasil em 2000 e passou a residir no Parque Nacional de Itatiaia, no Estado do Rio de Janeiro.

Entre as diversas mostras de que participou, destacam-se: "Haweker Art Show", Hawker, Austrália (1999); The Convent Gallery, Daylesford, Austrália; XVI Mostra de Arte da Granja Viana, SP, e Aix La Chapelle, Daylesford, Austrália (2000); Espaço Cultural da Universidade Federal de São Carlos; Academia Brasileira de Arte (Abra), São Paulo; "Yacumana, Arte e Mitologia da Serpente", Museu Histórico do Butantã, São Paulo (2001); Museu de Arte Moderna (MAM), Resende, RJ; Museu do Parque Nacional de Itatiaia, RJ; Espaço Cultural Tanger, São Paulo (2002); "Natureza Viva", Jardim Botânico do Rio de Janeiro e Casa da Fazenda do Morumbi, São Paulo (2004); e Galeria Blue Life, São Paulo (2006).

Juntamente com o artista Christian Spencer executou o painel Oca dos Curutus, na fazenda Pedra Vermelha, em Analândia, SP. Suas obras encontram-se em diversas coleções oficiais e particulares na Austrália e no Brasil, entre elas o acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp