Sem deduções intelectuais, a aquarela de Luís Castañón procede de uma contemplação interior

Museu de Arte do Parlamento de São Paulo
06/10/2005 15:57

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Luís Castañón, pseudônimo artístico de Luís Carlos Castanon Cesário<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/luiz castanon.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> "Composição com cabeças dominantes"<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/luiz castanon cabecas.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A exemplo de Paul Klee, para dominar sobre a superfície plana a intensidade da cor pura na aquarela, Luís Castañón adota um sistema de regulagem do toque que lembra o método dos neo-impressionistas, mas também a fragmentação dos mosaicos bizantinos. Cultivando a aquarela com grande fervor cromático e os momentos necessários à sua evolução, suas cores afloram com um frescor dionisíaco e se distribuem em alegres acordes complementares.

Com o emprego da colagem, de técnicas mistas e a experimentação expressiva, a aquarela perdeu sua primazia na arte contemporânea. Entretanto, alguns artistas dela ainda retiram refinadas harmonias e ela permanece um meio infinitamente sutil para aqueles que se livram às pulsações do inconsciente ou tentam, por decantação, alcançar a estética oriental.

A composição de Luís Castañón é bem peculiar. Sua obra se desenvolve mais sob a pressão do inconsciente do que sob a influencia da razão. O artista não trabalha por dedução intelectual, sua aquarela procede de uma contemplação interior e não imita o aspecto exterior dos objetos, mas transpõe segundo sua sintaxe cubista os elementos genéricos que os constituem, que marcam sua estrutura e sua função.

Na obra "Composição com cabeças dominantes", doada ao Acervo de Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, a passagem para a abstração não é sistemática e suas alusões figurativas intervêm nas alternâncias cromáticas. O ritmo da composição surge através do movimento que as cores criam através das pequenas pirâmides geométricas entre as quais aparecem as silhuetas de "duas cabeças dominantes".



O Artista

Luís Castañón, pseudônimo artístico de Luís Carlos Castanon Cesário, nasceu em São Paulo, em 1954. Obteve licenciatura em artes plásticas pela Faculdade Montessori " FAMEC, realizou diversos cursos de aperfeiçoamento de arte no Brasil e nos Estados Unidos. Foi professor de artes visuais na Faculdade Montessori, na Casa do Restaurador e coordenador da Oficina Cultural Oswald de Andrade, entre outros. Artista plástico, arte educador é membro e diretor da Associação Profissional de Artistas Plásticos de São Paulo " APAP.

Realizou inúmeras exposições individuais, destacando-se entre elas: "G+1", Espaço Cultural Café Maravilha, SP (1985); "Cores e Formas", Galeria Blue Life, SP (1988); Inch by Inch Espaço Cultural, Portugal; Torres Bárbara Galeria de Arte, Portugal (1994); Associação Cultural Convívio, Guimarães, Portugal; Galeria 5, Coimbra, Portugal (1995); Livraria Cultura, SP (1999); III Semana Cultura, Galeria Espaço Montessori, Faculdade Montessori, SP; Galeria Casa das Artes, SP (2000).

Participou também de diversas exposições coletivas: Solar Benedita Nogueira Centro Cultural, Araras, SP (1981); I Mostra de Arte do Cambucí, SP (1982); Espaço Cultural Biblioteca Mário de Andrade, SP (1983); "Coletiva de Novos", Galeria Chelsea, SP (1986); Arte e Ofício Galeria de Arte, SP (1988); "Arte Contemporânea", Museu de Arte de Contemporânea, MAC, Campinas, SP; Ápice Galeria de Arte, Jundiaí, SP (1990); "Arte Trade International", Feira de Arte Contemporânea, Coimbra, Portugal; Galeria 245, Porto, Portugal; Casino de Espinho, Portugal; Feira Internacional de Artes Plásticas, FIAC, Porto, Portugal (1993); Galeria Torre do Anto, Coimbra, Portugal (1994); I Exposição de Arte da Fundação AMI, Porto, Portugal; Belo-Belo Galeria Arte, Braga, Portugal (1995); Espaço Cultural do Palácio Rio Branco, Campos do Jordão, SP (1996); "Arte na Lata", Projeto Multimídia Rede Globo, SP (1998); "Aquarela 2000 " Às Portas do Milênio", Museu de Arte Contemporânea, Americana, SP (2000); I Quadrienal Internacional de Aquarela, Espaço Eugenie Villen, Faculdade Santa Marcelina, SP (2003); "Uma Viagem de 450 Anos", SESC Pompéia, SP (2004); "O olhar fotográfico do artista sobre São Paulo, 450 anos", A Hebraica, SP; "Passaporte Destino Brasil", A Hebraica, SP; "Pequenas Grandes Obras", Pinacoteca Municipal de Atibaia, SP (2004).

Está catalogado, entre outros, no Anuário Brasileiro de Artes Plásticas Consulte 2004; Arte e Artistas, Casa do Restaurador 2002/2003; Artes Plásticas Brasil, de Julio Louzada 2000. Suas obras encontram-se em diversas coleções particulares e oficiais, no Brasil e em Portugal, notadamente no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

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