Entidades que apóiam o funcionamento de rádios comunitárias vão criar equipes para realizar a medição das coordenadas geográficas para instalação das antenas das emissoras. Essas informações são requisito para o atendimento do Aviso de Habilitação, edital do Ministério das Comunicações que as interessadas em operar em São Paulo devem cumprir e cujo prazo se encerra em 5/3.O tema esteve em discussão na mesa de trabalho realizada nesta sexta-feira, 9/2, na Assembléia Legislativa. O encontro foi promovido pela Frente Parlamentar em Defesa das Rádios Comunitárias, presidida pelo deputado Simão Pedro (PT). Participaram do evento representantes de entidades como a Oboré, o Escritório Modelo Dom Paulo Evaristo Arns (PUC/SP) e a Associação de Notários e Registradores do Estado de São Paulo (Anoreg). Estiveram presentes também o deputado estadual Carlos Neder (PT), o federal Arnaldo Faria de Sá (PTB/SP) e a vereadora paulistana Soninha (PT).Durante a reunião, foi distribuído entre os participantes formulário para requisição do serviço de definição das coordenadas, que, a exemplo do que já foi feito no aspecto jurídico, será prestado em forma de mutirão, organizado por entidades que não pleiteiam a operação de rádios.Segundo Sérgio Gomes, da Oboré (que é o escritório paulista da Amarc " Associação Mundial de Rádios Comunitárias), essas equipes serão formadas por estudantes de engenharia e jornalismo, que atuarão como voluntários. Para a definição das coordenadas, foram cedidos três GPS (aparelhos de determinação de latitude e longitude via satélite) pela Subprefeitura do Itaim e pela Escola Politécnica da USP. "Ao mesmo tempo que fizermos a medição, vamos coletando informações sobre a história das emissoras", disse Gomes.Os dados geográficos serão transplantados para um mapa localizado na sede da Oboré. Em caso de sobreposição " as emissoras terão raio de alcance de um quilômetro e suas antenas deverão estar distantes umas das outras pelo menos 4 quilômetros ", "sabendo de antemão que algumas emissoras vão "trombar", já tentaremos organizar uma composição entre elas", propõe.O Ministério das Comunicações prevê que, nesses casos, as associações mantenedoras de rádios de uma mesma área se reúnam para atuar em conjunto. Do contrário, o desempate será feito pelas manifestações de apoio, que também são requisitos do Aviso de Habilitação, diz Cristina Cavalcanti, da Amarc.As manifestações de apoio podem ser coletivas (abaixo-assinados, por exemplo, valendo um ponto cada assinatura), de entidades (cinco pontos cada uma) ou de membros da associação que pleiteia a instalação da emissora (dois pontos por associado).Segundo dados do Ministério das Comunicações, 120 associações mantenedoras já confirmaram interesse em operar rádios comunitárias em São Paulo, mas apenas 31 enviaram a documentação que as habilita a concorrer ao serviço. O número é considerado baixo pelos participantes do encontro. Mais informações sobre o serviço de medição podem ser obtidas na Oboré, pelo telefone 3214-3766 ou no site www.obore.com.