Policiamento nas favelas do GuarujáMaria Lima Matos, delegada de polícia aposentada e presidente da entidade Mulheres em Defesa da Vida, reclamou da falta de policiamento nas 94 favelas do Guarujá. Em sua opinião, o governo Serra peca no que tange a tratados internacionais de direitos humanos. "Não os respeita quando nega um patrulhamento tão bom aos favelados e proporciona o atendimento a moradores de locais mais privilegiados do Guarujá."Falta de manutenção no Córrego Olaria Declarando-se militante da região de Cidade Ademar, Romel Gimenez de Araújo, do Fórum Regional de Luta por Moradia, denunciou a precariedade da limpeza no Córrego Olaria. Lembrou que nas gestões das ex-prefeitas Luiza Erundina e Marta Suplicy não havia enchente no local, uma vez que havia manutenção constante. "Entretanto, no governo Kassab as enchentes tornaram a ocorrer pelo descaso das autoridades." Pelos direitos humanos de ChampinhaO agente da paz Carlos Eduardo Ventura Campos protestou contra o isolamento de Champinha, que ele considera um deserdado da sorte por não ter tido a oportunidade de uma formação mais cidadã, acabando na vida do crime. Lembrou que nem sentenciados como Fernandinho Beiramar ou Marcola passam por prova tão dura quanto a do isolamento. "Onde estão os direitos humanos que não dão conta de resolver esse problema."Justiça aos pobres e aos negrosNa opinião de Ricardo Mandela, representante do Movimento Negro (ABAM), os negros e os pobres, ao invés de serem protegidos são coagidos e perseguidos pelas autoridades. Foi gasto dinheiro público na segurança de Bush e do papa, mas a população desprotegida nada é destinado. Pediu transparência para os atos de governantes e respeito ao direito histórico de reparação aos negros pelo regime escravagista. PrivilégiosSilvio Luiz Del Giudice, líder dos Moradores do Jardim Tremembé, reportou-se à recente visita do papa Bento VI a São Paulo, quando ficou claro o favorecimento daqueles que mantêm relação de amizade com pessoas poderosas. Declarou que, em todo o Estado de São Paulo, a garantia de privilégio para quem já está no poder acontece em detrimento dos mais necessitados e resulta no aparecimento de novos cinturões de pobreza. Criticou a administração municipal e acusou o Diário Oficial da prática de "imprensa branca, imprensa cretina".Modelo de saúde melhorAluisio Marinho Andrade, conselheiro de Saúde, manifestou seu apoio ao sistema único de saúde e defendeu a participação dos cidadãos nos conselhos para defender um melhor atendimento aos pacientes. Lembrou que o atendimento em cada especialidade ainda é precário e que "só com a organização da sociedade será garantido um modelo de saúde melhor".SP protege ou desprotege?Robson César Correia de Mendonça, do Movimento pelos Direitos da População em Situação de Rua em São Paulo, protestou contra a forma como as autoridades municipais tratam esses moradores, declarando que o slogan da prefeitura deveria ser "São Paulo desprotege". Segundo Robson, a prefeitura usa para o transporte de alimentos e de funcionários públicos as peruas Kombi que deveriam ser destinadas ao atendimento da população de rua. Violência na escolaCremilda Estella Teixeira, do Núcleo de Apoio a Pais e Alunos (Napa), manifestou seu repúdio contra a omissão de autoridades no combate à violência nas escolas. Cremilda lembrou que neste sábado, 19/5, faz um ano do episódio ocorrido na escola Otacílio de Carvalho Lopes, em que um aluno foi vítima da violência de um professor. Este mesmo professor, segundo ela, além de não ser punido, foi promovido a coordenador pedagógico na escola Adelaide Ferraz de Vasconcelos. Para Cremilda, a data é mais uma oportunidade para pais e alunos cobrarem das autoridades uma solução para o caso. Técnicos em imobilização ortopédicaAylton Fernades Reis reiterou apelo ao presidente da Assembléia Legislativa, Vaz de Lima, para que coloque em votação o PL 857/2003, que trata da regulamentação da profissão dos técnicos em imobilização ortopédica. Segundo Reis, essa é uma antiga reivindicação da categoria. "A saúde é um direito básico do cidadão. Pagamos impostos elevados e deveríamos ter um serviço de saúde de primeiro mundo. Entretanto, o que observamos são serviços executados com baixa qualificação. Existem numerosos casos de óbitos causados por imobilizações malfeitas."Moradias popularesO representante do Círculo Chileno Brasileiro de Integração Latino-Americana, Tercero Silva Silva, lamentou a falta de política habitacional. Disse existir conivência de agentes do poder público com empresários inescrupulosos que atuam no campo da construção de moradias populares. Segundo ele, a população de baixa renda é o segmento mais prejudicado por essa situação.Em defesa do papaRodolpho Barbosa, integrante da União da Juventude Paulista, rebateu críticas feitas ao Papa Bento XVI, que em sua visita ao Brasil se manifestou contra o aborto. "O papa veio a São Paulo trazer sua força espiritual. Ninguém é obrigado a ser católico. Peço respeito a essa pessoa que defende a paz no mundo." SegundoBarbosa, a liberdade de expressão é um direito universal e deve ser exercida dentro de limites éticos e com respeito às diferenças religiosas.ECA nas escolasMauro Alves da Silva, do Fórum Jabaquara em Defesa da Criança e Juventude, falou da realização da 3ª Conferência Lúdica da Criança e do Adolescente, na última terça-feira, 15/5. Segundo ele, o evento reuniu 600 crianças. Os participantes reivindicaram que o Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) seja respeitado e que os professores sejam capacitados para divulgar e aplicar essa lei dentro das escolas. Silva também repudiou o ensino religioso obrigatório: "Dentro da escola pública não deve haver proselitismo religioso".Mais respeito com as mulheres"O aborto não é uma questão moral ou religiosa, mas sim de saúde pública", afirmou Merice Andrade Quadros. Mãe de quatro filhos, Merice afirmou que a mulher volta a ser violentada quando chega ao hospital quando sofre aborto. Ela pede mais respeito para com as mulheres. "Nós não somos objeto, temos direito ao próprio corpo", declarou Merice, que entende ser cabível o aborto quando a mulher é vítima de estupro ou a gravidez coloque em risco a vida da gestante. A lei deve ser cumpridaSegundo Anderson Cruz, há um ditado romano que ressalta o fato de os cachorros abanarem o rabo para os donos, mas não o fazem para a própria comida. Anderson explicou que dessa forma eles não aceitam comida de estranhos. Ainda segundo o orador, quando os políticos só cumprem a lei por em razão de decisão judicial, isso é equivalente ao "abanar o rabo" do ditado acima. Para Cruz, a lei deveria ser cumprida por que é lei, e não por que o Judiciário determinou. Ele ainda criticou o governador Serra por ser centralizador e contrário à emancipação de municípios. Mais ambulâncias em ParelheirosJosanias Castanha Braga, do Movimento de Saúde de Parelheiros, questionou quais são os critérios que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) utiliza para atender as pessoas. Castanha disse que se não tivesse socorrido uma pessoa que sofrera uma fratura na perna e esperasse o atendimento daquele serviço, a acidentada estaria lá até hoje. Ele pede mais ambulâncias para a região de Parelheiros.Ponte caindoJosé Leonilson de Queiroz Almeida, do Instituto Capivari Filhos da Terra, denunciou o estado em que se encontra a ponte do Rio Capivari. Segundo Almeida, as crianças já estão cantando "a ponte Capivari vai cair". Criticou o subprefeito de Parelheiros que, apesar de ter feito promessas no sentido de resolver a situação, até o momento não tomou providência. Citou ainda projeto de sua autoria para "produzir água". Cruzada contra a impunidadeJosé Roberto Alves da Silva, do Movimento Comunidade de Olho na Escola Pública, mostrou-se surpreso com notícia que veiculou uma "confissão de crime": a escola pública do Estado de São Paulo não vai mais cumprir a lei da progressão continuada. "Vai-se reprovar indiscriminadamente como fazia o poder ditatorial de antes", criticou. Afirmou ainda que a lei que estabelece a desobrigatoriedade do uso de uniforme e do pagamento de carteirinha escolar não está sendo cumprida. "Vou incentivar os alunos a denunciarem as irregularidades", concluiu.Sistema educacional ineficienteGiovane Christe Helfstein, do Movimento Social de Parelheiros, citou entrevistas que a rádio Jovem Pan fez com jovens sobre temas históricos e que os mesmos não souberam responder. A rádio, segundo Giovane, atribuiu a falta de conhecimento ao despreparo dos professores. "A culpa não é dos professores, mas do sistema educacional do governo do Estado de São Paulo", opinou. Ao final, pediu mais investimentos para a educação no Estado.