Roberto Massafera (PDSB) está elaborando um projeto de lei que vai proibir o uso da chamada "cama de frango" na alimentação de rebanho bovino. O objetivo é reduzir o risco de contaminação dos animais e garantir a segurança dos alimentos consumidos no Estado de São Paulo. A proposta nasceu dos debates propostos pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Segurança Alimentar instalada pela Assembleia Legislativa. Esta semana, especialistas no assunto discutiram temas como alimentos e biomedicina, segurança alimentar e do trabalho. "A cama de frango é completamente inadequada para consumo do gado. É um risco para os animais e para as pessoas que consomem a sua carne ou o leite. É mais barato para alimentar o rebanho, mas a sociedade paga um preço muito alto no final", justificou o deputado Roberto Massafera. A cama de frango é um subproduto da produção avícola. É uma espécie de "tapete" que forra o chão das granjas. Feito de serragem, palha ou casca de grãos como arroz, ela evita o contato direto das aves com o chão. Com o tempo, acumula fezes, penas, restos da ração não aproveitada pelas aves e outros detritos. Após o abate das aves, a cama de frango pode servir como ração animal ou adubo para o solo. Quando misturada à ração dos bovinos, o custo de manutenção diária per capta dos animais cai de R$ 3 para R$ 1, entretanto, o risco à saúde é muito grande. Isso porque a cama de frango também carrega resíduos químicos como antibióticos, hormônios e pesticidas utilizados na produção avícola. Massafera alerta ainda para o risco comercial que a prática submete o Estado. Alguns países como Estados Unidos e a própria União Européia proíbem a importação de carne derivada de fazenda que alimentam o seu rebanho com a cama de frango. rmassafera@al.sp.gov.br