DA REDAÇÃO Um tom solene marcou a sessão realizada nesta segunda-feira, 21/6, em homenagem ao Dia do Orgulho Gay, comemorado internacionalmente em 28 de junho. A conduta alegre (gay no inglês) constante na Parada de São Paulo, ocorrida no último dia 13/6, se restringiu à utilização das cores que decoraram o Plenário Juscelino Kubitschek, uma vez que os discursos trataram a diversidade sexual de forma séria.Para Nelson Matias Pereira, coordenador político da Associação Parada do Orgulho GLBT-SP, o antídoto para o preconceito é a fórmula composta por amor e respeito, demonstrada por 1,8 milhão de pessoas que saíram às ruas na maior passeata gay do mundo. O coordenador apontou, num contra-senso, que é também no Brasil que acontece o maior número de assassinatos de homossexuais. "Ainda assim, a tolerância vem tomando lugar no conservadorismo brasileiro, pois cresce a participação de heterossexuais nas passeatas gays brasileiras, o que mostra a aumento de apoio à causa".ResistênciasO presidente da sessão, deputado Ítalo Cardoso (PT), encerrou o evento, lembrando a dificuldade que teve em aprovar seu requerimento de solicitação da sessão em plenário. "Tivemos que derrubar a oposição feita pelas bancadas evangélica e carismática e por outros deputados", disse Cardoso, que espera realizar no próximo ano outra sessão, nos mesmos moldes, com maior participação da sociedade e dos parlamentares.Discursaram também o deputado Sebastião Arcanjo (PT), Janaína Lima, coordenadora do "Travestis de Identidade" - Grupo de Ação pela Cidadania Homossexual de Campinas, Rita Quadros, presidente da Comissão Organizadora do V Seminário Nacional de Lésbicas, membro do Grupo Umas&Outras e da Organização das Caminhadas Lésbicas e Simpatizantes de São Paulo, Bárbara Graner, militante do Centro de Apoio e Solidariedade à Vida e do Movimento de Transexuais, e Carlos Cardoso de Oliveira Júnior, promotor do Ministério Público Estadual, em solenidade assistida pelo jornalista Leão Lobo e grupos representativos GLBT.