Museu de Arte do Parlamento de São Paulo - Pedro Pinkalsky

Arte conceitual e estética surrealista na "recuperation art" de Pedro Pinkalsky
15/06/2011 10:21

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O Cavaleiro do Apocalipse<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/06-2011/OCAVALEIRODOAPOCALIPSE.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Pedro Pinkalsky<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/06-2011/PEDROPINKALSKY.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Com uma rara imaginação criadora, o escultor e pintor Pedro Pinkalsky, forte de seu heteróclito tesouro, se dedica a um meticuloso trabalho de assemblagem que constrói ao sabor de sua fantasia e de seus sonhos. Eis que o milagre se produz proveniente dos vestígios de um mundo em degeneração, de relíquias de uma sociedade que a febre de consumo rende cega e ingrata: o artista refunde um universo seguindo suas normas e sua ética.

O artista nos apresenta a quintessência de sua arte, fruto de uma paciente recuperação de objetos os mais diversos, sejam eles de nossa tecnologia industrial ou de nossas pedras graníticas.

Cada obra de Pedro Pinkalsky forma um todo, uma entidade microcósmica que encarna a matéria, poderosamente evocada pelo material selecionado, o espírito que emana da construção e o olhar prescrutante do artista.

Arte conceitual? Certamente, pois é visível a mensagem. Mas a estética surrealista permanece também evidente transformando o conjunto em harmonioso e de uma beleza evocadora. Entretanto não devemos permanecer nessa atitude contemplativa. A admiração estimula uma vontade de penetrar o mistério da gênese de uma obra que consegue criar uma sorte de envolvimento.

Demonstrando um certo culto pelas reminiscências de infância e de um paraíso perdido que deseja recriar na irracionalidade e na poesia, é curioso observar uma sorte de conluio entre a tecnologia, de inclinações frias e a natureza pela qual Pedro Pinkalsky permanece fascinado.

Nessa aliança "matéria-natureza", existe ainda uma terceira dimensão: a da cultura. Com efeito, a encontrarmos no profundo humanismo desse artista que, não somente consegue uma perfeita integração da entidade objeto e a substância vital, mas lhe insufla ainda toda a sua bagagem de conhecimentos intelectuais e existenciais.

A escultura "O Cavaleiro do Apocalipse", doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, é testemunho dessa criatividade que transforma e enobrece a "recuperation art" em surrealismo fascinante.



O Artista

Pedro Pinkalsky, nasceu em São Paulo em 1942 onde se formou em arquitetura pela Universidade Mackenzie, em 1969. Entrou em contato com a arte nas aulas de modelagem e desenho artístico frequentando ainda a Biblioteca da FAU. Participou das aulas de plástica e modelagem dadas pelo escultor Lazio Zinner.

Por mais de 15 anos, trabalhou somente com pedra-sabão, criando esculturas abstratas onde a forma harmoniosa era o principal objetivo. Com o passar do tempo, começou a acrescentar materiais como ferro, madeira, plástico, sucatas e diversos elementos que encontra na natureza.

Morando em uma casa-ateliê, divide o espaço com sua esposa, a artista Ivone Couto, e os filhos, também iniciantes em arte. Sua casa é ao mesmo tempo museu, ateliê, escola e galeria.

Em suas aulas, além de conhecimentos técnicos, o escultor procura preservar e desenvolver a individualidade do aluno, para que ele encontre seu caminho, sua expressão. Desde 1976, exerce intensas atividades didáticas tanto em seu ateliê como em faculdades e museus de São Paulo.

Participou de inúmeras exposições coletivas tanto no Brasil como no exterior e, entre as mostras individuais, destacam-se: Fundação de Arte de Ouro Preto e Galeria do ICBEU (1975); Museu de Arte de São Paulo e Faculdade de Arquitetura de Minas Gerais (1976); Galeria Paulo Prado (1977, 1982, 1986 e 2000); Galeria Acaiaca (1977); Galeria Projecta (1982); Galeria Paulo Figueiredo (1986); Galeria Hebraica (1993); Memorial da América Latina (1994), "Pedras e Flores", Centro Cultural Britânico de São Paulo (2000); Espaço Prodam, Parque Ibirapuera (2001).

É detentor de inúmeros prêmios em prestigiados salões e museus brasileiros, notadamente na Bienal de São Paulo. Suas obras encontram-se em coleções oficiais e privadas, destacando-se o Museu de Arte de São Paulo, o Museu de Arte Moderna, em São Paulo, o Museu da Pampulha, em Belo Horizonte, e a Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.

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