Conferência internacional aborda evolução e desafios do setor sucroenergético


06/06/2011 21:12

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Autoridades e expoentes do setor sucroenergético brasileiro e mundial compareceram ao evento<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/06-2011/EtanolMMY01.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Marcos Sawaya Jank<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/06-2011/EtanolMarcosJank.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Deputado federal Aldo Rebelo <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/06-2011/EtanolAldoRabeloMMY.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Setor sucroenergético é tema de conferência internacional<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/06-2011/EtanolMMYnomeada.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Barros Munhoz durante abertura do evento<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/06-2011/EtanolPresMunhozMMY.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

O presidente da Assembleia, deputado Barros Munhoz, compareceu nesta segunda-feira, 6/6, ao início do Ethanol Summit, conferência bienal que reúne os maiores expoentes mundiais do setor sucroenergético. A abertura do evento, que prossegue até a tarde desta terça-feira, 7/6, foi coordenada pelo presidente da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), Marcos Sawaya Jank. Na mesa inicial estiveram o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab; o presidente do BNDES, Luciano Coutinho; o deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB/SP); o presidente da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Haroldo Lima; o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão; e o governador do Estado, Geraldo Alckmin; além de José Graziano da Silva, indicado por Dilma Rousseff como representante brasileiro na Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura; e Maurício Borges, presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).



Economia de baixo carbono



O Ethanol Summit é um evento internacional onde se discute fontes de energia renováveis. Segundo Marcos Jank, são debatidos no encontro os diferentes aspectos de produção e emprego de biocombustíveis e da bioenergia, além da inovação e perspectivas da economia de baixo carbono. Os maiores expoentes do setor sucroenergético brasileiro e mundial comparecem ao evento para identificar e tendências e caminhos inovadores que beneficiem toda a sociedade global.

Jank destacou o desempenho do etanol na economia brasileira, cujos agentes de mercado garantiram que os preços na bomba do etanol se mantivessem, na maior parte do tempo, abaixo da linha de 70% do preço da gasolina, percentagem equivalente a sua eficiência energética em relação ao combustível fóssil. Com essa política de preços, os consumidores economizaram R$ 20 bilhões em relação ao que teriam gasto se usassem somente gasolina.



Meio ambiente e qualidade de vida



"A Assembleia tem ajudado a representar esse importante setor da economia do Estado, grande gerador de empregos, os setores sucroalcoleiro e sucroenergético do Estado", disse Barros Munhoz. Ele explicou que mais do que contribuir sempre que chamada, a Assembleia tem batalhado, junto ao Executivo, pelo fortalecimento desse setor, sempre com vistas à proteção do meio ambiente e à qualidade de vida da sociedade.

O presidente da Assembleia ainda lembrou a atuação da Casa no aprimoramento da Lei de Mudanças Climáticas, que prevê até 2020 a redução de 20% nas emissões de gás carbônico, substância responsável pelo efeito estufa. "Apoiamos também a diminuição de impostos para fortalecimento do setor e atuamos na legislação que regula a eliminação progressiva da a queimada da cana, prática tão danosa ao meio ambiente".

Barros Munhoz ainda ressaltou que há séculos a cana-de-açúcar vem gerando riquezas para o país, primeiro com o açúcar, depois o álcool, e agora também através do bagaço de cana, que gera eletricidade. "Isso faz com que o Brasil fique na ponta de um setor tecnicamente avançado em todo o mundo, que é a produção de energia. Posso dizer que esse setor melhorou muito desde o tempo em que fui ministro da Agricultura. Há outros que também melhoraram, mas não tão aceleradamente quanto esse", concluiu.



500 mil empregos



O governador Geraldo Alckmin destacou a importância do Brasil como o maior produtor mundial de etanol. Ele explicou que o setor gera, só para o Estado de São Paulo, 500 mil empregos diretos formais, está presente em mais de 2/3 dos municípios do Estado e, por isso, tem grande significado econômico e social. "O carro flex deu um grande impulso no etanol, deixando na mão do consumidor a faca e o queijo: aumentou o álcool, põe gasolina; aumentou a gasolina, põe álcool", disse.

Alckmin também lembrou que houve redução do ICMS para o álcool combustível, e comentou a disparidade ao longo do território nacional das alíquotas, que variam de 12% a 30%. "Reduzimos o ICMS do álcool de 25% para 12%, por ser uma energia renovável, limpa, além de auxiliar a atingir as metas de redução das emissões de gases de efeito estufa".

Como médico que é, Alckmin destacou que o Brasil passou de um país jovem a um país maduro, e daqui a alguns anos será um país idoso. "Com isso crescem as doenças do aparelho respiratório e pulmonares, por conta, inclusive, do aumento da poluição, principalmente nas regiões metropolitanas". Com relação à biomassa, o governador disse que São Paulo produz 660 megawatts através da biomassa, e o objetivo para 2015 é chegar a 5.500 megawatts, o equivalente à geração da usina de Belo Monte. Ele ainda revelou que a nova secretária de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, a engenheira agrônoma Mônika Bergamaschi, já fora instruída sobre fortes investimentos em tecnologia e inovação do setor. Finalmente, ele anunciou que propusera a cifra de R$ 1 bilhão de investimentos na hidrovia Tietê-Paraná, a ser integrada com a ferrovia, sendo R$ 600 milhões para o governo federal e R$ 400 milhões para o governo estadual, em benefício não só São Paulo, mas de parte do Sudeste e do Centro-Oeste brasileiro, reduzindo custos, melhorando a logística e diminuindo os gases poluidores das rodovias.



Investimentos



"Vejo o futuro do setor com otimismo", disse Luciano Coutinho presidente do BNDES. Ele falou que, após a crise mundial de 2008, que retardou o processo de investimento, o Brasil se preparou para um novo ciclo de crescimento para fazer frente ao desafio da expansão do setor. Em 2011, serão investidos R$ 7,6 bilhões no setor sucroalcoleiro nas áreas em infraestrutura, no alcoolduto e em inovações tecnológicas, de modo a assegurar a liderança do Brasil no cenário mundial, particularmente no campo da bioeletricidade.

Aldo Rebelo (PSdoB/SP) relembrou as primeiras experiências do Brasil nos anos 1930, com um programa do então presidente da república Getúlio Vargas determinando experiências do uso do álcool como combustível. Para ele, o Brasil é capaz de produzir energia proveniente do setor sucroalcoleiro com responsabilidade, preservando o meio ambiente.

O presidente da ANP, Haroldo Lima, disse que 27 países da União Europeia programaram para o ano de 2050 a diminuição, ou até a extinção, do uso de combustíveis fósseis em seu território, caminhando rumo a uma nova matriz energética. Ele também comunicou que no governo federal há estudos que resultarão em um plano que impedirá o desabastecimento de álcool para veículos automotores, como ocorreu neste ano.

Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo, discorreu sobre a nova experiência que está realizando no município: um teste com a utilização do álcool como combustível para a frota de 15 mil ônibus da cidade. Segundo ele, o Brasil está de olho nesse teste com 50 veículos, que estão rodando com etanol. "Além de diminuir custos, ainda melhora a poluição da cidade", explicou.

"O uso do bagaço da cana para gerar energia representa a vanguarda no mundo", falou Edison Lobão, Ministro de Minas e Energia. Sendo um elemento renovável, fonte de energia limpa, evita a emissão do carbono e é uma referência de padrão de qualidade para o mundo. Segundo ele, o Brasil é capaz de, sozinho, suprir 14% das necessidades globais do combustível. Lobão transmitiu um recado da presidente Dilma Rousseff: "somos e seremos os campeões mundiais de energia limpa, estamos crescendo de forma equilibrada". O ministro informou que o governo incentivará outras fontes de energia limpa, a solar e a eólica.

alesp