Assembleia homenageia Valter Uzzo


23/05/2011 21:45

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 <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/05-2011/ValterUzzoJAT0751.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Solenidade aconteceu no plenário Juscelino Kubitschek<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/05-2011/ValterUzzoJAT0759.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Realizou-se nesta segunda-feira, 23/5, no plenário Juscelino Kubitschek, sessão solene solicitada pelo deputado e 1º secretário da Assembleia Legislativa, Rui Falcão (PT), para homenagear o advogado trabalhista e professor Valter Uzzo. Compuseram a mesa o advogado criminalista e ex-secretário de Segurança Pública, Antonio Mariz de Oliveira, o desembargador Ricardo Trigueiros e o advogado e diretor da PUC, Marcelo Figueiredo. "Esta homenagem vem tardiamente, porque há muito que Valter merece esta homenagem, por seu papel como advogado e como cidadão. Eu o conheci na época do regime de exceção, e ele nos incitou a negar o estatuto imposto aos jornalistas, profissão que na época exercíamos. Uzzo está na origem das lutas sindicais que ajudaram a sepultar a ditadura militar", declarou Rui Falcão.

Mariz de Oliveira destacou o espírito irrequieto de Uzzo, que "sempre se indignou contra as injustiças, desde os anos 1960, em Santos, quando se colocou ao lado dos portuários, e, por tê-los defendido, foi obrigado a exilar-se no exterior. Ele sempre extrapolou em tudo o que fez, porque enxerga além, tendo em mira um interesse maior: a coletividade. Sua generosidade é reflexo de seu humanismo".

O homenageado afirmou que a recebia a distinção não em seu nome, mas em nome da advocacia. "E vem a tempo, porque, a partir da concepção de Estado mínimo que temos vivido em São Paulo, o serviço público em geral e a advocacia em particular vêm sentindo golpes". Ele citou a demora do Tribunal de Justiça do Estado em julgar e decidir processos e a dificuldade que foi criada em função do pouco apoio que se dá à advocacia pública. Mencionou a extinção da carteira de previdência dos advogados e a proliferação de cursos de Direito, o que, ao seu ver, asfixia o exercício da advocacia. "Mas o advogado é persistente, teimoso, vai atrás de seu sonho, de sua utopia. Foi atrás dessa utopia que aprendi a caminhar". Estiveram presentes ao evento diversos membros da Ordem dos Advogados do Brasil " entre eles o presidente da Seção São Paulo, Luiz Flávio D'Urso ", da Associação dos Advogados Trabalhistas, da Associação dos Advogados de São Paulo, desembargadores, membros do Tribunal Regional do Trabalho e de outros entidades ligadas aos direitos humanos.



Biografia

Valter Uzzo nasceu em Santos, cidade em que se formou em direito, em 1963, pela Faculdade Católica. Foi presidente do centro Acadêmico Alexandre Gusmão, entre 1961 e 1962, e militou na União Estadual de Estudantes (UEE) e na União Nacional de Estudantes (UNE).

Em 1964, ano do golpe militar, o escritório de advocacia trabalhista onde Valter Uzzo trabalhava, em Santos, foi lacrado por seis meses pelo extinto Dops. Parte de seus integrantes foi presa ou processada. Passou então a defender na Justiça Militar presos e perseguidos políticos da Baixada Santista.

Em 1967 foi afastado do Departamento Nacional de Portos e Vias Navegáveis, onde entrou por concurso na função de assessor jurídico. Paralelamente, foi presidente do Diretório Municipal de Santos do então Partido Socialista Brasileiro. Em 1968, exilou-se no exterior em razão de perseguição política da ditadura militar.

No ano seguinte, Valter Uzzo retornou ao Brasil e se instalou na cidade de São Paulo, dedicando-se à advocacia trabalhista. Foi advogado de vários sindicatos, entre os quais bancários, eletricitários, metalúrgicos, jornalistas, ferroviários, aeronautas, aeroviários, motoristas e químicos.

Participou da luta pela redemocratização do país, em atos e manifestações públicas. Também proferiu palestras e conferências. É autor de artigos jurídicos para revistas especializadas e jornais e ministrou diversos cursos jurídicos.

Nos órgãos de classe, foi secretário-geral da OAB-SP, presidente do Sindicato dos Advogados de São Paulo, conselheiro da Associação dos Advogados Trabalhistas e da Associação dos Advogados de São Paulo.

alesp