Comunidade libanesa realiza na Assembléia ato pela paz

Participantes do ato pedem ao governo brasileiro que condene publicamente os ataques de Israel ao Líbano
19/07/2006 20:54

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 <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Libano 20marc.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Aproximadamente 250 pessoas ligadas à comunidade libanesa no Brasil realizam ato público pela paz e pelo cessar-fogo no Líbano<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Libano 12marc.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>  <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Libano 03marc.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>  <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Libano16marc.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A Assembléia Legislativa, por meio de uma iniciativa suprapartidária, abriu espaço para que aproximadamente 250 pessoas ligadas à comunidade libanesa no Brasil realizassem no auditório Teotônio Vilela, nesta quarta-feira, 19/7, ato público pela paz e pelo cessar-fogo no Líbano, que tem sofrido nos últimos dias bombardeios e ataques aéreos de Israel (leia box).

Omar Assaf, representante das comunidades libanesas no Brasil, falou em nome da comissão organizadora do ato. Ele disse que o maior dom que o ser humano recebe é a vida, que sem liberdade não tem valor.

Lembrando que todos os presentes ao ato manifestavam-se em prol da defesa do Líbano,

Assaf afirmou que neste momento as comunidades libanesas, que representam mais de 10 milhões de cidadãos líbano-brasileiros, não querem discutir política nacional ou internacional e, tampouco, polemizar. "Queremos o imediato cessar-fogo em território libanês", disse, lembrando que mais de 1,5 milhão de pessoas estão em férias de verão naquele país.

O representante da comunidade libanesa declarou que o número oficial de mortos passa de 300 e que o de desabrigados é ainda maior. "São ataques sem precedentes contra alvos civis e contra a infra-estrutura, como, por exemplo, postos de gasolina." Assaf disse que espera que o governo brasileiro se posicione contra os ataques, deixando as discussões sobre a situação para depois, uma vez que se trata de vidas, principalmente, as de idosos e crianças. Para ele, a primeira medida emergencial é a criação de uma força de paz no Líbano.

Contra o tratado entre o Mercorsul e Israel

A comunidade palestina foi representada por Emir Murad. Ele disse que a luta é pela soberania e independência da Palestina e do Líbano. "Os ataques israelenses aos dois países, em momentos diferentes, são para gerar pressão e desentendimento entre os povos palestino e libanês." Murad também pediu que o governo brasileiro condene publicamente o ataque e que não assine o tratado entre o Mercosul e Israel. Segundo ele, o Brasil conta com 12 milhões de descendentes de árabes e não pode apoiar acordos com um país que vai aplicar o dinheiro do comércio bilateral na compra de mais armas para atacar países árabes.

O representante da comunidade palestina informou que têm havido muitas queixas com relação à atuação da embaixada brasileira no Líbano. "É preciso que a embaixada tenha estrutura preparada para as situações de emergência", disse, destacando que táxis têm cobrado por volta de US$ 1 mil para o transporte até a Jordânia.

Posição oficial

O cônsul do Líbano em São Paulo, Walid Minkara, também participou do ato. Ele afirmou que a posição oficial libanesa não é de guerra. "Reivindicamos o cessar-fogo e o fim das bárbaras agressões, condenando os ataques às estruturas vitais e aos civis do Líbano."

Ele afirmou que a alegação israelense de legítima defesa não se justifica e lembrou que o Líbano teve importantes pontes e portos de acesso destruídos. "Até um comboio que levava medicamentos a civis foi atacado."

O xeique Jihad Hamadeh falou em nome dos muçulmanos no Brasil, condenando os atos de agressão ao Líbano e à Palestina. "Exigimos a imediata cessação das agressões contra os dois povos e queremos frisar que continua a luta contra a injustiça, a violência e a violação dos direitos internacionais."

Hamadeh agradeceu ao Poder Legislativo a atitude corajosa de abrir as portas para o ato. Ele agradeceu ainda os clérigos de todas as religiões pela solidariedade e a imprensa em geral pela ampla cobertura dos ataques ao Líbano.

O Comitê de Solidariedade aos Povos Árabes realizará novo ato público nesta sexta-feira, 21/7, na praça da Sé, a partir das 15 horas.

A crise no Líbano

O atual conflito entre o Líbano e Israel teve início no dia 12/7, com o seqüestro de dois soldados israelenses, além da morte de outros oito militares, em uma ação empreendida pelo grupo Hizbollah. Desde então, o governo de Israel vem realizando ataques contínuos por ar, terra e mar, principalmente no sul do Líbano, onde o Hizbollah se concentra.

Mais de 300 pessoas já morreram no Líbano e outras 29 em Israel. O total de brasileiros mortos no Líbano em decorrência dos ataques de Israel contra o Hizbollah chega a sete.

A sétima vítima brasileira morreu na madrugada desta quarta-feira, 19/7. O comerciante Dib Barakat, libanês naturalizado brasileiro, que morou por 20 anos em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, e foi subprefeito de Riacho Grande, foi atingido durante um ataque contra sua fábrica no vale do Bekaa.

As outras vítimas dos ataques de Israel ao Líbano foram o professor Akil Merhi, sua mulher, Ahlam Merhi, e os dois filhos brasileiros do casal, que estavam em férias no Líbano; um garoto brasileiro de 7 anos que morava em Foz do Iguaçu (PR); e o comerciante libanês, naturalizado brasileiro, Rodrigo Aiman Daher, que morreu na cidade de Sur, a 100 quilômetros de Beirute.

alesp