Abril foi um mês bastante especial para as pessoas com deficiência e profissionais ligados ao segmento em toda a América Latina. Especial porque entre os dias 2 e 5 aconteceu em São Paulo, no Centro de Exposições Imigrantes, a 8ª edição da Reatech (Feira Internacional de Reabilitação e Acessibilidade), que já se tornou um dos maiores eventos do setor em todo o mundo.

O evento também já faz parte da nossa vida parlamentar, pois há oito anos a ideia da feira nasceu praticamente dentro do nosso gabinete, quando o empresário José Roberto Sevieri, presidente do Grupo Cipa, responsável pela Reatech, entre outros grandes eventos que acontecem no Brasil, nos procurou com o desejo e a necessidade de realizar algo que pudesse, de alguma maneira, integrar as ações voltadas ao público com algum tipo de deficiência, reunir as instituições especializadas, políticos, artistas, militantes da causa, histórias de vida, histórias de superação e lições de cidadania.

Enfim, nascia naquele momento o embrião da Reatech, que hoje já amadureceu suficientemente para ser uma referência nacional e internacional quando falamos de qualquer assunto que envolva pessoas com deficiência. A feira já se tornou uma espécie de roteiro obrigatório todos os anos em São Paulo, especialmente por quem atua na área e deseja aperfeiçoar seus conhecimentos e atualizar suas atividades no setor.

Desde a sua primeira edição, ainda tímida em relação a expositores e público, em 2002, sempre nos foi possível marcar presença na feira, em nosso espaço, especialmente acessível a todos e democrático em suas ações. Para nós é também um momento bastante importante, quando podemos receber tantas pessoas iguais, unidas na mesma luta, para uma conversa amiga, um encontro cidadão em plena metrópole repleta de barreiras e obstáculos que nos chamam ao trabalho contínuo a cada dia.

Em 2009 não foi diferente. O nosso espaço, chamado carinhosamente de Espaço Célia Leão, mais uma vez serviu de palco para os encontros marcados e ocasionais. Um lugar especial dentro de outro maior ainda, onde pudemos falar sobre as nossas vidas, nossas dificuldades, lutas e conquistas.

A Reatech nos faz sentir cidadãos cosmopolitas, ter a sensação de estar em casa em quaisquer dos muitos e muitos estandes e espaços para visitação. No faz sentir que podemos sim viver em um mundo acessível, liberto dos preconceitos, onde os "desiguais" sejam tratados como pessoas comuns, com o devido respeito às suas individualidades, limitações e capacidades.

E que possamos fazer deste grande encontro anual uma oportunidade para cobrar ações mais concretas da nossa sociedade em relação à pessoa com deficiência, atitudes que promovam o bem estar comum, a inserção social, o direito ao trabalho, o direito a uma educação de qualidade, ao transporte acessível, ao lazer, a uma sexualidade sadia e o direito de ser cidadão. Que sempre unidos, tenhamos a capacidade e o desejo construir tempos melhores para todos nós.



*Célia Leão é deputada estadual pelo PSDB