Representantes da segurança privada debatem estratégia para evitar assaltos


10/10/2007 21:10

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Reunião da Comissão de Segurança Pública da Assembléia<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/COM SEG PUBL GERAL 04CINT.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Apesar de as empresas de transporte de valores utilizarem o mais alto nível de blindagem em seus veículos (nível 5) e investirem pesadamente nos equipamentos de segurança, elas se sentem vulneráveis à ação de marginais. A conclusão de representantes do setor, ouvidos nesta quarta-feira, 10/10, pela Comissão de Segurança Pública da Assembléia, é que se não houver apoio efetivo das polícias, todo o esforço torna-se inútil.

"Nossas empresas são verdadeiros fortes e nossos carros são muralhas de aço para agüentar os tiros dos marginais", disse o presidente da Associação de Transportes de Valores, Marcos Manoel Torres de Paiva. Segundo ele, tentar alcançar a modernidade e o arrojo dos equipamentos dos bandidos " um verdadeiro aparato bélico - é uma batalha fadada ao insucesso. Ele comentou o assalto à Protege, que teve a participação de 60 meliantes, em 11/9 último. Encapuzados e armados com fuzis e metralhadoras explodiram um portão dos fundos e levaram malotes de dinheiro da empresa. Dois ladrões morreram na troca de tiros com a polícia, mas ninguém foi preso. Também o patrimônio da empresa não foi recuperado. "É dinheiro que vai para o crime", protestou.

O problema mais sério, avalia Paiva, é o risco permanente a que são submetidos os vigilantes (somente neste ano, mais de 15 foram mortos em assaltos ou tentativas de assalto).

Para o especialista, uma possível solução para o problema dos roubos ocorridos nas bases de empresas de transportes de valores, seria a descentralização das investigações na Polícia Civil e um plano estratégico da Polícia Militar voltado para impedir esses crimes. Ele defendeu também a troca de informação entre as polícias. E a apuração dos crimes pela Polícia Federal, em conjunto com as polícias dos Estados.

O comandante do policiamento da Capital, coronel PM Ailton Araújo Brandão, contestou a afirmação dos representares das empresas de transportes de valores quanto à segurança das bases e afirmou que, em diversos assaltos a bancos e empresas de valores, constatou falhas nesse aspecto, como a colocação de alarmes em lugares não adequados. O coronel assegurou que a Polícia Militar de São Paulo tem planejamento estratégico, é bem equipada e está preparada para o enfrentamento dos bandidos. Disse estar aberto ao diálogo com as empresas para aprimorar a eficiência das ações contra os marginais.

O presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Privada, Segurança Eletrônica, Serviços de Escolta e Cursos de Formação de São Paulo (Sesvesp), José Loyola, afirmou que a entidade está à disposição dos órgãos constituídos para proceder à troca de informações importantes para o combate às ações criminosas.

Questionado pelo major Olímpio, de quem partiu a iniciativa de debater o assunto com a Comissão de Segurança Pública, Loyola enfatizou a importância de uma atuação contra a clandestinidade da segurança privada. Segundo ele, é muito grande o número de empresas que atuam no mercado irregularmente.

O representante da Confederação Nacional dos Vigilantes, Jeison Araújo de Souza, relatou a situação alarmante vivida pela categoria: "Nossos vigilantes estão morrendo nas ruas e o Poder Público nada faz", desabafou. De acordo com o sindicalista, os vigilantes são massacrados pelas empresas, pela legislação e pela bandidagem. "Brinca-se de fazer segurança", alertou.

Para o representante da Protege, o apoio e respaldo policial é essencial no combate aos assaltos. Ele defendeu, juntamente com o deputado Said Mourad (PSC) o compartilhamento das informações que possam levar a elucidar as ocorrências e impedir novos ataques.

Participaram da reunião também os deputados Conte Lopes (PP), Simão Pedro (PT) e Jorge Caruso (PMDB). Revezaram-se na presidência dos trabalhos Conte Lopes e Said Mourad.

alesp