Igualdade racial foi tema de debates na Assembléia

Retrospectiva - 1º Semestre de 2004
23/07/2004 15:35

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Abertura da exposição de arte afro<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Ato afro25mai04A Ze.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Ministra Matilde Ribeiro, da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial   
  
 <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Ato afro25mai04B Ze.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Da Redação

Em comemoração pelo dia 25 de março, dia da Unificação Africana, a Frente Parlamentar pela Igualdade Racial, o Fórum África, o Instituto Cultural Babá Toloji e entidades do movimento negro realizaram na Assembléia Legislativa a Semana de Solidariedade aos Povos Africanos. Sebastião Arcanjo (PT) presidiu o ato alusivo ao Dia da África, em 25 de abril, ao lado da ministra Matilde Ribeiro, da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), de Saddo Ag Almouloud, presidente do Fórum África, de Elisa Lucas, do Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra, de José Antonio dos Santos, adido para a comunidade do Consulado Geral de Angola, e Maria Aparecida de Laia, representante da Secretaria Estadual da Cultura.

O deputado Sebastião Arcanjo (PT), durante a realização do ato de solidariedade, deu a notícia de que o Conselho Universitário da Unicamp aprovou proposta de incorporação de afrodescendentes e da população indígena na política de inclusão social daquela universidade estadual. Já no próximo vestibular, os estudantes da rede pública ganharão 30 pontos na nota que contabiliza o desempenho nas duas fases no vestibular. Os candidatos que se autodeclararem negros, pardos ou indígenas, também egressos de escola pública, terão 10 pontos adicionais. "Embora parcial, o saldo da iniciativa é positivo", avaliou Arcanjo.

África próxima

As aproximações com os países africanos foram o principal tema do ato. Saddo Ag Almouloud considerou que a maioria dos brasileiros conhece apenas os países de língua portuguesa e a África do Sul, desconhecendo grande parte dos países daquele continente.

A ministra Matilde Ribeiro destacou as ações do governo Lula para estreitar as relações com países africanos. Disse que o presidente é categórico quanto à prioridade da política internacional brasileira de aprofundamento das relações com a África.

A ministra falou da visita do presidente ao continente em novembro do ano passado, na qual visitou Moçambique, Namíbia, África do Sul, Angola e São Tomé e Príncipe. Na viagem, a comitiva brasileira que acompanhou o presidente assinou 40 acordos de cooperação com os cinco países. Segundo Matilde, esses acordos estão sendo avaliados de modo a efetivar a conexão deles com o vetor da promoção da igualdade racial.

Ela destacou também a Carta de Brasília, resultado de seminário realizado em março na capital federal, na qual são reafirmadas a política de aproximação e a perspectiva de futuro entre países da América do Sul e a África. No âmbito do Mercosul, articula-se a formação de um espaço institucional para tratar de questões ligadas à igualdade social.

África e Brasil

"O que nos une não é apenas a cor, mas nossa origem e histórias", disse Matilde ao lembrar que a missão de sua secretaria, além da dedicação às políticas de promoção da igualdade social, é monitorar acordos, tratados e leis relativas ao campo internacional.

Desde o período de dominação colonialista, os países africanos de língua portuguesa tiveram o apoio do Brasil, lembrou o diplomata angolano José Antonio dos Santos. "Mas parou por aí. O Brasil está condenado a conviver com os povos africanos por conta de suas próprias histórias. No governo do presidente Lula a palavra solidariedade está correndo a uma velocidade acima da eletrônica. No próximo ano as coisas estarão ainda melhores, porque estamos fazendo essa história", disse Santos.

alesp