Número de deputados evangélicos cresce 71% nesta legislatura
DA REDAÇÃO
Haverá ou não uma bancada evangélica na Assembléia Legislativa de São Paulo? A pergunta é inevitável, embora seja quase impossível obter uma resposta inequívoca da parte dos 12 deputados evangélicos eleitos para o quadriênio 2003/2007. Afinal, esse número reprenta um crescimento de 71% em relação ao da legislatura anterior e corresponde a 11% do total de parlamentares com assento na Casa.
Entre as igrejas evangélicas com presença no Parlamento paulista, a Universal do Reino de Deus (IURD) possui o maior contingente de deputados: cinco. Logo depois vem a Assembléia de Deus, com três parlamentares. As outras denominações representadas são a Presbiteriana Independente, Igreja do Evangelho Quadrangular e Renascer em Cristo. O grupo está distribuídos em 10 partidos mas, unido, terá um poder de negociação que dificilmente poderá ser ignorado pelo Poder Executivo ou por seus colegas de plenário.
Igreja Universal
Até o momento da posse, neste sábado, 15/3, não havia um acordo oficial para a formação de uma bancada reunindo os 12 evangélicos, mas os representantes da IURD já chegam à Assembléia com um bloco constituído e liderado pelo deputado Milton Vieira (PFL), em seu segundo mandato. "Coordeno apenas o grupo da Universal e ainda não existe nenhuma articulação para a formação de uma bancada com todos os evangélicos", garante Vieira.
Todos os outros são unânimes em negar a existência da tal bancada, mas, assim como Milton Vieira, não escondem que estão dispostos a se unir quando estiverem em questão temas ligados à ética, aos problemas sociais ou à religião. "Nesses casos a orientação da Igreja vai contar mais do que a posição oficial do partido", reconhece o pastor da Igreja do Evangelho Quadrangular Waldir Agnello (PSB), eleito para seu primeiro mandato. A opinião de Agnello é compartilhada pelo também novato Marcelo Bueno (PDT), da Assembléia de Deus. Segundo ele, "será a doutrina da Palavra de Deus que vai dar a linha de atuação para os deputados evangélicos e todas as vezes que uma propositura contrarie essa doutrina, estaremos unidos para defendê-la".
Moderação
Outro deputado em primeiro mandato, o tucano Geraldo Tenuta, mais conhecido como Bispo Gê, ligado à Fundação Renascer, também aposta na união do grupo em torno de interesses comuns, embora negue a articulação de uma bancada. Um desses temas de interesse comum pode ser a questão do ensino religioso nas escolas públicas, regulamentada por uma lei de autoria do também tucano e membro da Renovação Carismática Católica José Carlos Stangarlini. "Apesar de essa não ter sido a intenção de Stangarlini, a legislação como está deixa margem a imposições", afirma Tenuta, no que é apoiado por Milton Vieira: "Já existem abusos sendo cometidos nas escolas".
Mais prudente, o veterano Vaz de Lima (PSDB), eleito pela terceira vez e com a Presidência da Assembléia em seu currículo, defende que o mandato tem de ser plural e desprovido de maniqueísmos. "Mas não se pode ignorar a existência de um fato novo e importante como o crescimento representação evangélica", diz ele. "Em muitos casos, o voto funcionou como uma expressão de fé e temos de levar isso em consideração".
Os deputados evangélicos
Adilson Barroso de Oliveira (Prona) - é empresário e atua no ramo de isolamento industrial. Ex-vereador e ex-vice-prefeito da cidade de Barrinha, é membro da Assembléia de Deus em Ribeirão Preto.
Adilson Rossi (PTB) - com reduto eleitoral na zona leste da Capital, dedica-se a trabalhos filantrópicos ligados à recuperação de drogados e atua como ministro e pastor evangélico.
Geraldo Tenuta (PSDB) - mais conhecido como Bispo Gê, comanda programas de rádio e de televisão pela Rede Gospel de Comunicação e esteve por 16 anos à frente da Fundação Renascer.
Marcelo Bueno (PDT) - apresentador de programas de rádio e de televisão em emisoras do litoral paulista, é diretor da Casa de Recuperação Alpha Fruto do Amor, em Itanhaém, e do Abrigo Cristão, em Cubatão.
Maria de Jesus (PTN) - membro da Igreja Universal do Reino de Deus, é advogada e trabalha em projetos sociais ligados à IURD. Foi a coordenadora do Projeto Nordeste de Combate à Fome.
Milton Vieira (PFL) - pastor da Igreja Universal do Reino de Deus, está em seu segundo mandato. É radialista e apresentador de TV e coordenou a evangelização promovida pela IURD nas penitenciárias e presídios de São Paulo.
José Domingos Bittencourt (PGT) - presidente da Assembléia de Deus de Utinga, em Santo André, e do do Instituto Teológico Betel do ABCD. É professor de teologia e de direito constitucional.
Roberto de Jesus (PTB) - ex-metalúrgico, atualmente é pastor da Igreja Universal do Reino de Deus. Foi candidato a vereador em 2000 pelo Partido Liberal. Depois das eleições filiou-se ao Partido Trabalhista Brasileiro.
Souza Santos (PL) - empresário, radialista e pastor da Igreja Universal do Reino de Deus. Com formação em contabilidade, foi o candidato mais votado do Partido Liberal.
Vaz de Lima (PSDB) - é agente fiscal de rendas e pastor da igreja Presbiteriana Independente do Brasil. Está no seu seu terceiro mandato e já ocupou a Presidência e a Vice-presidência da Assembléia.
Wagner Salustiano ( PPB) - foi eleito deputado federal em 1995 e reeleito em 1999. É ligado à Igreja Universal do reino de Deus.
Waldir Agnello (PSB) - pastor da Igreja do Evangelho Quadrangular, onde também exerce as funções de primeiro-tesoureiro do Conselho Estadual de Diretores de São Paulo e de secretário de Comunicação.
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