Com tristeza e perplexidade o Brasil assiste a um processo de desmoronamento de instituições que deveriam representar a integridade, a ética e a lisura, como verdadeiros símbolos nacionais. A crise política em que o Brasil está mergulhado assemelha-se a um gigantesco polvo, cujos tentáculos chegam as mais diversas instâncias do setor público brasileiro e, lamentavelmente, compromete toda a classe política, ainda que de forma injusta, pois nem todos são iguais. No meio deste lamaçal federal, o Partido Verde é um dos poucos a qual a imagem não foi arranhada pelo escândalo do "mensalão" e seus desdobramentos. O PV permanece íntegro e coerente em relação a sua conduta e ao seu programa. Temos um projeto político sério e é com base em nossos princípios que nos preparamos para uma participação mais efetiva no Congresso Nacional e na Assembléia Legislativa de São Paulo, revelando os valores existentes em nossos próprios quadros, pois, ao defendermos uma política limpa e transparente, devemos ser os primeiros a dar o exemplo. Sabemos que, por conta deste processo marcado pela indignação e pela vergonha, muitos políticos começam a deixar suas legendas e buscam guarida em partidos que estão isentos nesta história toda de podridão institucional, como é o caso do PV. Se formos acomodar todos aqueles que agora buscam refúgio no ninho dos verdes, corremos o risco de um inchaço perigoso. Perigoso porque isto nos faz correr o risco de comprometimento da nossa imagem, de perda de nossa identidade, sempre tão respeitada em todos os segmentos sociais e políticos. Portanto, neste momento extremamente delicado, é preciso ter ponderação na hora de abrir as portas da legenda para representantes da chamada política tradicional. Muitos não estão preocupados em ajudar no processo de implantação de nossas questões programáticas na sociedade. Querem apenas se aproveitar das facilidades de se elegerem num partido sério, com propostas definidas e sem rejeição. Depois de eleitos, sucumbem à embriaguez do poder e pulam para as legendas que lhes oferecem mais vantagens. Enquanto os destinos do país não se definem, na hora de pensar em ampliação dos quadros, a ordem é analisar com cautela e muito critério os "aspirantes" à candidatura verde para as próximas eleições.*Giba Marson é líder do Partido Verde na Assembléia Legislativa.