Educação e Eleição

Opinião
24/02/2006 16:13

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Hamilton Pereira<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Hamilton.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A implementação, no Estado de São Paulo, do período integral em 250 das 432 escolas estaduais de ensino fundamental (1.ª a 8.ª séries) deve ser considerada, pela sociedade paulista, uma conquista muito importante em diversos sentidos. Avaliamos que a ação terá, inclusive, reflexo direto na diminuição da violência nas escolas estaduais, o que tem sido um problema antigo e recorrente.

A única coisa que lamentamos é que essa ação só veio se dar em 2006, que é um ano eleitoral. Afinal, o PSDB está à frente do Governo do Estado há mais de dez anos e só agora, quando o governador Geraldo Alckmin disputa com outros tucanos para agarrar o posto de candidato a presidente pelo seu partido, surge o programa da escola integral, assim como a entrega de kits de material escolar para os alunos.

Porém, o Sr. Geraldo Alckmin deveria ter a sensibilidade para perceber que não será com essas ações que poderá esconder o péssimo trabalho que seu partido tem prestado para as crianças e jovens paulistas. O resultado do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) mostra claramente a falta de prioridade com que a educação vem sendo tratada em nosso Estado nos últimos anos.

Na Região Metropolitana de São Paulo, os alunos das escolas estaduais de 37 municípios tiveram nota abaixo de 50, sendo que a nota máxima é 100. Em Sorocaba, 42 das 44 escolas estaduais ficaram com notas abaixo de 50. Só para se ter uma idéia, a escola estadual sorocabana que teve a menor nota no Enem foi justamente uma pela qual tivemos que interceder no ano passado, porque uma infestação de pombos havia gerado um depósito de 250 kg de fezes no forro do prédio escolar. Isso é triste! Realmente muito triste!

E há algumas semanas, tomamos conhecimento de críticas feitas pelo tucano Paulo Renato de Souza (que foi Ministro da Educação de FHC) ao presidente Lula, alegando demora para apresentação do projeto que cria o Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação). Perante isso, chegamos a nos questionar sobre a seriedade da afirmação.

Talvez o Sr. Paulo Renato esteja contagiado pelo mal da ansiedade em ver solucionados, em dois ou três anos, todos os males deste País, que sofreu inúmeros prejuízos por anos e anos de administrações inábeis. Mesmo porque, durante oito anos de Governo, seu Partido foi incapaz de apresentar uma política como a do Fundeb que veio, neste Governo Lula, marcar a história do Brasil já que esta é a primeira vez que o País institui um fundo para o investimento na pré-escola, nos ensinos fundamental e médio, além da educação de jovens e adultos. Com o Fundeb, a complementação dos repasses da União para a educação passará dos atuais R$ 395 milhões, para R$ 4,3 bilhões e, com isso, o Fundeb vai beneficiar cerca de 47,2 milhões de estudantes (16,5 milhões a mais que a cobertura atingida hoje pelo Fundef).

Isso sem falarmos dos investimentos realizados pelo Governo Lula no ensino superior. Algumas pessoas devem se lembrar que foi o Sr. Paulo Renato de Souza quem alegou falta de recursos para a instalação da Ufscar em Sorocaba, em 2001. Sinceramente, a escola tucana deveria começar a ensinar seus alunos que a Educação e o povo merecem ser tratados com mais respeito!

hamilton.pereira@terra.com.br

alesp