Acervo Artístico: Ignes de Arteaga transforma a essência dos temas numa sugestão bem expressionista e original

Emanuel von Lauenstein Massarani
26/07/2004 14:00

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Clique para ver a imagem " alt="Obra "Aros Azuis", doada ao Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho Clique para ver a imagem "> Ignêz de Arteaga<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/ignez2.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Nas suas mais recentes obras, Ignes de Arteaga alcança uma fisionomia expressionista bem definida. Ela demonstra saber renovar de maneira original seu modo de pintar, submetendo a matéria às sugestões do tema, em vez da própria imaginação, mas na freqüência e na variedade dos estímulos que derivam da modernidade.Trata-se de uma personalidade segura e suas telas têm um toque de originalidade e sensibilidade particulares.

Em suas obras pictóricas a característica peculiar é a cor, que assume o papel de transmitir o mundo interior da artista: uma cor mágica, portanto viva, que lembra os grandes mestres.Com a palpitação e a emoção do belo, Ignes de Arteaga anima e exalta a interpretação dos quadros que elabora e desenvolve com paixão.

Segundo sua fantasia, a artista procura executar composições formais, exatamente como o compositor cria formas sonoras. Na realidade, o que conta para ela, é alcançar a imagem original a partir de uma imagem casual.

Tratando seus temas como objetos, seus quadros insinuam o início de um processo de abstração através da simplificação das formas.Transformar a essência dos temas numa sugestão parece-lhe mais importante que efetuar uma representação "exata", em respeito aos cânones acadêmicos.

Kandinsky, ao descobrir a teoria das cores, escrevia: "O azul é o principio masculino, espiritual e áspero. O amarelo é o principio feminino, doce, leve e sensual .O vermelho é a matéria, brutal e pesada, cor que deve ser eternamente combatida pelas duas outras."

Os quadros de Ignes Arteaga, entretanto, possuem um cromatismo expressivo e um desenho forte, cujas estruturas, materializadas através de amplas linhas rítmicas com tons azuis e amarelos bem luminosos - característica da teoria de cores que adotou - são pintados de maneira clara e evidente.

Na obra "Aros Azuis", doada ao Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho, suas cores atingem um fantástico grau de clareza e servem a caracterizar mais a essência do objeto que o próprio objeto, ao introduzir linhas de força como símbolos de luz e de energia.

A Artista



Ignêz de Arteaga, pseudônimo artístico de Maria Inês de Arteaga, nasceu em São Carlos, SP, em 1946. Formou-se pela Faculdade de Belas Artes Santa Marcelina, São Paulo (1965), e estudou em Montevidéu, Uruguai, no ateliê do ceramista espanhol José Collet, aluno do pintor Torres Garcia, especializando - se na técnica de engobe (1968). Entre 1986 e 1992, freqüentou ateliês de renomados artistas plásticos, assim como trabalhou com diferentes técnicas de cerâmicas, que muito contribuíram para sua formação artística.

Participou das seguintes exposições coletivas: Jo Slavieroe & Guedes Galeria de Arte, São Paulo; Sociarte, SP (2004); Clube Monte Líbano, SP (1992/2000); Salão Inter Clubes de Artes Plásticas (1999); Jo Slaviero Galeria de Artes (1998); SESC, SP (1998); Arte BA 98, Centro Cultural Gral San Martin, Buenos Aires, Argentina (1998); Concurso Nacional da Accademia Internazionale D'Arte Moderna, Roma (1990 e 1997); Salão de Arte Contemporânea, E.C Pinheiros, SP (1987); Salão de Artes Plásticas Flavio Phedo, SP (1987); V Salão Anual Atelier Rodrigues Coelho, SP (1987 / 1993); Salão da Marinha, RJ (1998): I Expo Cartões de Natal (1988); Salão Oficial da Secretaria de Turismo, de Campos de Jordão, SP (1997); Casa da Cultura Mario Quintana ,Porto Alegre, RS (1987); Guia de Artes Plásticas da Pinacoteca do Estado, SP (1987); III Salão Internacional das Nações, Edifício da Bienal, SP (1988); VI Salão de Artes Plásticas, Rio Claro, SP (1988); VI Salão da União Cultural Brasil / Estados Unidos (1988); Sociarte, SP (1992).

Esteve presente nas exposições individuais que se seguem: Zamora - Galeria de Arte, Buenos Aires, Argentina (1998); Arte BA 98, Centro Cultural de Exposições, Buenos Aires, Argentina (1998); Jo Slaviero Galeria de Artes, SP (1997); Mostra de Arquitetos e Decoradores de Campos do Jordão, SP (1995); Galeria Espaço - SP (1992); Galeria Ícaro Room , Varig, New York, Estados Unidos (1991); Galeria Manzione, Punta Del Este, Uruguai (1990); Galeria Calle Entera, Montevidéu, Uruguai (1989).

Obteve inúmeras premiações e suas obras encontram-se nas seguintes galerias: Calle Entera, Montevidéu, e Galería Manzione, Punta Del Este, Uruguay; Zamora, Galeria de Arte, Buenos Aires, Argentina; Galeria Au Temps Que Passe, Genebra, Suíça; Jô Slaviero Galeria de Arte, SP Galeria Espaço São Paulo; Joel Goldstein, New York, Estados Unidos.

Suas obras encontram-se nos acervos dos escritórios regionais da UNESCO, da OEA e da ALADI, em Montevidéu e na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.

alesp