Comissão Especial do Iamspe ouve considerações sobre o instituto


18/03/2008 18:51

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Professor Matosinho, Demerval Mattos Júnior e deputado Celso Giglio<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/04-2008/iamspe mesa (14)ze.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

"O Hospital do Servidor foi dimensionado para atender 250 mil pacientes, mas hoje atende mais de um milhão de pessoas. Aumentou a demanda, houve defasagem em relação à verba advinda da contribuição dos funcionários públicos, já que estes ganham pouco. O salário inadequado dos médicos, assim como o salário dos seus outros funcionários, faz com que o hospital perca cada vez mais quadros. Além do problema de remuneração, há a questão da infra-estrutura: não temos radiologia e a cardiologia não funciona por falta de médicos. Tudo isto torna o hospital inviável", diagnosticou o diretor do Serviço de Urologia do Hospital do Servidor, Demerval Mattos Júnior. Convidado para falar à Comissão Especial do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe), que se reuniu nesta terça-feira, 18/3, no Plenário José Bonifácio, Mattos Júnior afirmou que a situação de demanda piora pois os pacientes têm de voltar várias vezes ao hospital para resolver problemas simples, porque a disponibilidade dos exames é pequena. "Não há informatização, sendo que a instituição faz desde transplante renal até exame de doenças sexualmente transmissíveis. Somos uma instituição com reconhecida excelência em diversas áreas médicas, fazendo 250 diagnósticos de câncer de próstata ao ano e todo o tratamento", acrescentou. Quanto à demissão de mais de 200 funcionários sem aviso prévio, no final do ano passado, o diretor disse que tal fato constitui verdadeiro desmonte do hospital.

"O superintendente pode tudo"

Perguntado pelo deputado Adriano Diogo (PT) sobre as perspectivas em relação à nova administração do hospital, ao novo superintendente, La­tif Abrão Júnior, e à transferência da admi­nistração do Iamspe pa­ra a Secretaria de Gestão Pública, Mattos Júnior afirmou que, sendo o único hospital vinculado à Secretaria de Gestão Pública, ele espera que seja dada especial atenção ao Hospital do Servidor. Segundo ele, o atual superintendente acenou com a possibilidade de o governo estadual destinar uma verba para a instituição, talvez em decorrência dos esforços desta comissão. "Abrão Júnior falou em reunir-se com todos os membros das áreas do hospital e discutir os problemas existentes; mas acredito que ainda seja cedo para reuniões, já que ele assumiu o cargo há pouco tempo".

O diretor do Seviço de Anatomia Patológica do Hospital do Servidor, professor Matosinho, declarou que a fase áurea do hospital se deu na década de 60. "Agora, parece que resolveram fazer economia às custas do funcionário público. O atendimento hospitalar continua bom, o que está defasado é o atendimento ambulatorial e a diferença entre os pacientes que vão ao local consultar e os médicos disponíveis para atender".

O presidente da comissão, Celso Giglio (PSDB), ex-superintendente do Iamspe, afirmou que a boa fase do instituto foi quando não estava vinculado à Secretaria da Saúde. "Foi prejudicial ao Iamspe a vinculação à Secretaria da Saúde, no governo Quércia. A instituição tornou-se um filho indesejado, já que tem dotação própria. Suas características permitem que, tendo sido designado, o superintendente pode realmente fazer o que quiser, não havendo conselho deliberativo na instituição." Segundo Giglio, seria necessário um conselho de gestão do instituto, que estivesse acima das decisões do superintendente. Com relação aos 200 funcionários, aposentados mas ainda na ativa, mandados embora sem aviso prévio, no final do ano passado, Giglio informou que o secretário de Gestão Pública, Sidney Beraldo, enviou o caso à Procuradoria Geral do Estado, que está analisando a legalidade da demissão dos servidores.

alesp