Entidades protestam contra mudanças no projeto da estação Adolfo Pinheiro do Metrô


30/04/2008 19:13

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Antonio Cabral<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/04-2008/METRO AntonioCabral MAC.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Comerciantes e comerciários da região de Santo Amaro fazem protesto contra o decreto do governo que autoriza a desapropriação de 141 imóveis para a construção da estação Adolfo Pinheiro do Metrô<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/04-2008/METRO PUBL MAC 06.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Regina Buttner, Carlos Giannazi, Enio Tatto e Simão Pedro<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/04-2008/METRO MESA MAC 04.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Comerciantes e comerciários da região de Santo Amaro fizeram protesto nesta quarta-feira, 30/4, na Assembléia Legislativa, contra o decreto do governo que autoriza a desapropriação de 141 imóveis para a construção da estação Adolfo Pinheiro do Metrô. Liderada pela Associação dos Lojistas e Trabalhadores da Adolfo Pinheiros e pela União Geral dos Trabalhadores (UGT), a manifestação contou com o apoio dos deputados petistas Roberto Felício (líder do PT), Enio Tatto (líder da Minoria) e Simão Pedro, além de Olimpio Gomes (PV) e Carlos Giannazi (PSOL).

"Não somos contra a ampliação do metrô, mas reivindicamos que a obra seja feita na área estabelecida pelo projeto original", esclareceu Regina Buttner, representante da Associação dos Lojistas e Trabalhadores da Adolfo Pinheiros. Segundo ela, o Metrô fez a alteração sem realizar nenhum estudo sério. "Tanto não fez os estudos que, por exemplo, não sabia que o ambulatório da santa casa estava entre os imóveis a serem desapropriados", afirmou em nota distribuída à imprensa.



Sem vantagens



De acordo com dados divulgados pela associação, o espaço que o Metrô pretende desapropriar abriga uma galeria com 98 lojas, um supermercado, escola de inglês, empresa de call center, academia de ginástica, banco e agência dos Correios. A medida ameaçaria cerca de 10 mil empregos diretos e indiretos e, segundo os manifestantes, traria ao governo estadual uma despesa de R$ 90 milhões em indenizações.

Para o deputado Roberto Felício, a extensão da Linha 5 - Lilás do Metrô é "absolutamente necessária", mas a obra deve ser uma solução para os problemas de transporte na região e não para trazer prejuízos aos moradores, comerciantes e trabalhadores. "O governo precisa entender que deve negociar e encontrar a melhor saída para o problema", disse ele.

"Qual o porquê desta mudança, se tecnicamente não ficaram demonstradas suas vantagens?", indagou Olímpio Gomes. "Tem maracutaia nisso", afirmou o deputado, que também aconselhou os manifestantes a abordar parlamentares nos corredores da Casa para exigir um posicionamento claro da parte deles. "A sede da discussão deve ser a Assembléia Legislativa, os deputados não podem se prostrar diante dos abusos do Poder Executivo", declarou Gomes.



Suspeitas



O representante da UGT, Antonio Cabral, reforçou as suspeitas do parlamentar: "É estranho que o projeto mude o local em menos de 200 metros. Há coisas que não estão bem explicadas".

Na opinião de Carlos Giannazi, a mudança beneficiará os mais ricos, em detrimento dos trabalhadores e dos pequenos comerciantes. O diretor do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, Josimar Andrade de Assis, definiu a posição do órgão que representa: "Para nós a questão principal são os 10 mil empregos ameaçados".

Já para Simão Pedro, é "inconcebível que se mude o projeto de uma hora para outra, sem se preocupar com o que vai acontecer com trabalhadores e comerciantes". Segundo ele, isso é "típico de um planejamento meia boca, que não dialoga com os interessados". Na mesma linha, Enio Tatto lamentou que uma obra tão importante quanto esta seja realizada sem transparência e sem diálogo com a comunidade. "Querem desapropriar e construir um canteiro de obras para depois abandonar a área ao jogo dos interesses da especulação", disse ele, prevendo a futura construção de um grande empreendimento imobiliário que se beneficiará da proximidade do metrô.

alesp