Condições da suinocultura no Estado


24/09/2003 20:47

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Reunião da Comissão de Agricultura e Pecuária<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/agriB240903.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Valdomiro Ferreira Júnior, presidente da Associação Paulista de Criadores de Suínos<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/agriA240903.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

DA REDAÇÃO

A Comissão de Agricultura e Pecuária, presidida pelo deputado Geraldo Vinholi (PDT), recebeu nesta quarta-feira, 24/9, o presidente da Associação Paulista de Criadores de Suínos, Valdomiro Ferreira Júnior. Valdomiro apresentou aos membros da comissão, José Zico Prado (PT), Adilson Barroso (PTB), Edson Gomes (PFL) e Ricardo Castilho (PV), as perspectiva do mercado de suínos e solicitou mais atenção aos problemas enfrentados pelos produtores do Estado.

Suinocultura em crise

Nos últimos três anos, o descompasso das cadeias produtivas de carne e de grãos gerou grandes desajustes no plantel, pois o milho obteve uma evolução de preço da ordem de 128% e o suíno, apenas 9,4%. Esse fato, avaliou Valdomiro, inviabilizou a suinocultura em 2002, visto que 70% do custo de produção é com grãos, comodites, cotados em dólar, e a comercialização, em real.

Além de destacar o excesso de produção e a queda na demanda, Valdomiro considerou que o maior problema resultante da crise foi a perda das matrizes, que demandará mais ou menos uma década para sua recomposição. "A suninocultura está se levantando, porém, o mais importante é a criação de mecanismos de políticas agrícolas para o Estado de São Paulo, atrelando a produção da carne à de grãos", advertiu.

São Paulo na suinocultura

Dados da Associação demonstram que 65% dos suínos consumidos em São Paulo são provenientes de outros Estados e que a produção interna de carne é in natura, sem valor agregado. As grandes agroindústrias definiram que, para o consumidor, a carne mais barata seria o frango, em seguida, a bovina e depois, a suína (em forma de embutidos, a mais cara e com maior valor agregado).

"A suinocultura independente é de fundamental importância socioeconômica para o Estado, pois, baseada na empresa familiar, é responsável por aproximadamente 45 mil empregos." Valdemar considerou ainda que a defesa sanitária é ineficientemente efetuada pelos órgãos públicos, representando assim outro grave problema.

Propostas de desenvolvimento

Implantação de logística de distribuição dos grãos; linhas de crédito para estocagem de milho direta pelo produtor; defesa sanitária atuante na erradicação da peste suína clássica; novos projetos priorizando os pequenos e médios produtores; programas de formação de estoques estratégicos de carcaças/cortes; e estímulo ao consumo da carne suína, incorporando-a ao cardápio da merenda escolar foram algumas propostas apresentadas à Comissão.

Valdomiro enfatizou a necessidade de levar a conhecimento público as vantagens de consumir carne suína, derrubando o mito de que esta faz mal à saúde. A Associação encontrou um meio de estimular a população a consumi-la: está à disposição dos prefeitos paulistas, sem ônus, uma unidade móvel dividida em 3/4 de cozinha experimental e 1/4 para sala de filmes, com toda estrutura para melhorar demonstrar as qualidades da carne suína. Os cozinheiros desenvolvem novas receitas e novos cortes, desconhecidos da população. "O porco agora virou suíno, é magro, sem colesterol e faz bem à saúde. Toda a carne utilizada na elaboração dos cortes e receitas é doada às instituições de caridade do município", explicou.

O deputado Ricardo Castilho (PV) corroborou as avaliações do presidente da associação, afirmando: "Precisamos importar mais tecnologia, ter maior seriedade e planejar melhor nossas políticas de agricultura e pecuária."

alesp