O Brasil comemora anualmente o Dia das Crianças na data de 12 de outubro, oficializada pelo presidente Arthur Bernardes, através do Decreto 4.867, de 5 de novembro de 1924. Entretanto, somente a partir de 1960 a data passou a ser devidamente comemorada, numa iniciativa conjunta da Fábrica de Brinquedos Estrela e da Johnson & Johnson, que lançaram naquele ano a Semana do Bebê Robusto. A estratégia deu certo e os demais empresários passaram também a comemorar o Dia da Criança. As Nações Unidas comemoram a data a 20 de novembro, quando foi aprovada a Declaração Universal dos Direitos das Crianças. Muitos países adotam outras datas, assim por exemplo, na Índia é comemorado em 15 de novembro; em Portugal e Moçambique, em 1° de junho; e, na China e no Japão, em 5 de maio. Para reverenciar a data, reproduzimos nestas páginas esculturas e pinturas do acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo cujos autores se inspiraram na criança para criá-las, lembrando também que a arte de ser feliz é manter, sempre dentro de si, o espírito de criança. "Juntando Sonhos" de Cezira Colturato - A pintura dessa artista é uma obra "empenhada", mas não no sentido deturpado. É "empenhada" porque sabe colher, quase no estado incônscio, os aspectos mais humildes e às vezes mais miseráveis da realidade contemporânea brasileira. "Miscigenação" de Gustavo Lima - Essa obra revela uma íntima aproximação com o caráter dos personagens, no quais se manifesta uma significativa pureza, testemunhando o amor e a preocupação da artista em relação a tudo representa o mundo da infância. "Seleção do Brasil" de J.Canato - A obra nos transporta por instantes ao mundo de contrastes no qual vivemos. O artista conta sempre um fato real, propõe coisas nas quais, muitas vezes, não mais pensamos, e seu maior mérito é oferecer ao espectador momentos de profunda reflexão. "Garoto no Rio Trombetas" de Jhorie - O desenho da artista exprime uma espontânea veia poética, um sentido de harmonia quase musical. Ao observarmos atentamente sua obra, vislumbramos que esse sentido nasce de um encontro feliz entre razão e sentimento. "Anchieta e os Curumins" de Maurício Takiguthi Sua pintura possui um íntimo sabor espiritual e alcança um perfeito equilíbrio entre os valores internos humanos e aqueles plásticos da expressão. Criando um estilo totalmente original e um gosto refinado do retrato, o artista sabe amadurecer o instintivo sentido da cor, disciplinando a arte de usá-la com cuidadosa medida e com robusta variedade de acordes.. "Pausa" de Augusto Higa - A pintura desse artista reflete ansiedade, inquietação e uma luta contínua em direção à anulação das formas e sua simplificação. A atitude de estilizar as figuras, cuja inércia plástica introduz uma leve esperança na visão pessimista da vida, está na sua base pictórica. "Paulistinhas" de Cristina Motta - Insistindo tanto sobre o conteúdo quanto sobre a forma, a energia criadora da artista coloca uma acentuação vibrante sobre motivos e cenas reais do cotidiano, do qual a criança é a principal protagonista. "Ausência" de Márcia Franco - Seu tema central é a humanidade com seus sentimentos e seus problemas de vida de cada dia, numa relação continua entre tema e objeto.