A Frente Parlamentar DST-Aids comemorou nesta quinta-feira, 27/11, os 450 dias de trabalho com um balanço dos avanços e realizações conquistados nesse período. Ao abrir a reunião, o deputado Bruno Covas (PSDB) lembrou que "raríssimas comissões que funcionam na casa conseguem fazer atos de comemoração de 450 dias de existência". O deputado falou que a frente conseguiu, nesses 450 dias, realizar muito debate, com envolvimento da sociedade civil organizada e do poder público, e que trouxe discussões como a da prisão de pessoas que intencionalmente transmitiram o HIV. Covas lembrou da importante participação do Centro de Referência de AIDS, do Fórum, das ONGs espalhadas por todo o Estado de São Paulo e da audiência com a Defensora Pública Geral do Estado, Cristina Guelfi, que, segundo o deputado, colocou-se à disposição para trabalhos conjuntos entre a frente e a defensoria a fim de se criar doutrina e se ampliar a discussão em torno dos preconceitos e ações contra os portadores do HIV. Bruno Covas enfatizou a importância de retomar alguns projetos que estão parados na Assembleia, como o das Casas de Apoio, e comemorou o avanço de outros, como o da isenção tarifária, que amplia o alcance da isenção para todos que necessitem de acompanhamento clínico continuado, não somente aos que necessitem de tratamento. Os convidados reforçaram a análise de Covas e lembraram os avanços que o tratamento da AIDS teve no nosso Estado. Maria Clara Gianna, médica sanitarista e coordenadora do Programa Estadual DST/AIDS, falou da importância das organizações de combate ao HIV estarem presentes também no âmbito legislativo e que a "frente parlamentar vai ajudar a equacionar várias questões fundamentais no novo momento que as organizações estão vivenciando na luta contra o HIV". Gianna lembrou que a epidemia muda de um momento para outro e que a sobrevida média dos portadores do HIV nos anos 1980 e inícios dos 1990 era de 6 meses. "Naquele momento, as necessidades emergenciais estavam no espaço da saúde. Era emergencial resolver a questão dos leitos hospitalares, que continua sendo bastante estratégica, mas naquele momento era vital, e dos medicamentos. Apesar dos vários desafios que temos pela frente, nós conseguimos avançar a ponto de hoje a sobrevida média dos portadores de HIV ser de 10 anos e, com isso, outras necessidades surgiram, por exemplo, no espaço das relações do trabalho, o acesso ao trabalho". Durante a reunião da frente, o Coral Canto Livre cantou músicas do cancioneiro popular brasileiro.