Campos de Jordão: Saúde, beleza e artes o ano inteiro

Em julho, o destaque é o festival de inverno, realizado pela Secretaria de Cultura do Estado
31/01/2008 17:03

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 <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/027_Campos_do_Jordao_MC.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>  <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/DSC08388.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Pedra do Baú São Bento do Sapucaí<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/BXK13742_pedra-do-bau-sao-bento-do-sapucai-sp-800.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Festival de Inverno<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/festival 2.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Campos do Jordão<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/campos 1.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>  <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/DSC08373.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>  <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/festival de inverno.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Foi a busca por ouro que levou o sertanista Gaspar Vaz da Cunha, o Oyaguara, a romper as matas virgens da Mantiqueira, vindo do Vale do Paraíba. Ficou encantado com a exótica e exuberante paisagem da região do Sapucaí e não sabia que estava desbravando os caminhos que, mais tarde, levariam a um paraíso na terra: Campos de Jordão.

Por volta de 1771, a coragem de Inácio Caetano Vieira de Carvalho, seguindo as pegadas do Oyaguara, subiu a Serra Preta, na Mantiqueira, em direção ao Pico do Itapeva, vindo de Taubaté, fixando-se com sua família durante 18 anos nos Campos da Mantiqueira. Fundou a Fazenda Bom Sucesso, requereu e obteve carta de sesmaria do Governador da Capitania de São Paulo e lutou bravamente para defender as divisas de São Paulo contra seu vizinho sesmeiro, João da Costa Manso, da Fazenda São Pedro, de Minas Gerais. Graças à sua luta, Campos do Jordão permaneceu paulista e Inácio Caetano Vieira de Carvalho levou para o túmulo a glória de ter sido o pioneiro desta, hoje, maravilhosa Estância.

Narra a lenda que Inácio Caetano era muito sovina e que, por isso, enterrara barricas de ouro em uma lomba larga entre três pinheiros, despertando a cobiça de muitos ao longo de gerações que, até hoje, sulcam a terra em busca do lendário tesouro do desbravador. Com a sua morte, em 1823, seus herdeiros hipotecaram a sesmaria ao Brigadeiro Manoel Rodrigues Jordão, que comprou as terras, próximo ao dia de Natal. A população da região passou a chamar as terras de Fazenda Natal e, logo em seguida, de Campos do Jordão.



Suíça brasileira

Localizada entre São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, a estância climática de Campos do Jordão é alcançada por três vias principais de acesso, sendo duas rodoviárias e uma ferroviária. De São Paulo e Rio, por exemplo, o acesso pode ser feito pelas rodovias SP-123 e SP-50, ambas partindo da Via Dutra.

A SP-50 tem início em São José dos Campos e apresenta mais de 800 curvas para um percurso inferior a 100 quilômetros. Outros acessos rodoviários há, porém de importância secundária. Por último, temos o acesso ferroviário que liga Pindamonhangaba a Campos do Jordão por intermédio da Serra, onde se encontra a Parada Cacique, o ponto ferroviário mais alto do Brasil.

Considerada a Suíça brasileira pelo seu clima inigualável, e reverenciada pela cura de milhares de brasileiros que, recuperados de doenças pulmonares, retornaram sadios aos seus lares, em todos os quadrantes do país, Campos do Jordão tornou-se a mais importante estância climática do Brasil.

Além de sua famosa malharia, o seu chocolate caseiro, seus doces e compotas, até mesmo as resinas de seus vastos e magestosos pinheirais são industrializadas e suas águas minerais, captadas através dos mais elevados padrões de técnica e higiene, correm das fontes mais puras do planeta.



Clima privilegiado

Campos do Jordão localiza-se a 1.700 metros de altitude e pesquisas científicas acusaram a superioridade de seu clima em relação a Davos Platz, nos Alpes Suíços, bem como um teor de oxigenação e ozona superior ao de Chamonix, famosa estância francesa, pela pureza do ar. Campos do Jordão apresenta vantagem sobre as demais estâncias climáticas brasileiras: o seu clima tropical de montanha faz com que o sol esteja presente praticamente o ano todo. A luminosidade costuma atingir o seu grau máximo no inverno, quando então a temperatura chega a 5 graus negativos, embora já tenha atingido 18 graus abaixo de 0, em 1992.

Pesquisas realizadas de 1961 a 1974 sobre as variações climáticas acusam o mês mais frio em junho, e o mais quente, o de fevereiro (média de 17º a 27º C). O mês de janeiro é o mais chuvoso, o de junho, o mais seco, e o de agosto é aquele em que o sol se apresenta em sua maior intensidade. Outros dados sobre o clima: temperatura abaixo de 9º C, 14 dias por ano; acima de 25º C, 25 dias por ano; ocorrência de nevoeiro, 49 dias por ano; de orvalho, 113 dias e ocorrência de geadas, 42 dias por ano.

Campos do Jordão tem uma topografia bastante acidentada: cerca de 85% de seu município é composto de regiões onduladas, 10% de encostas de serra e apenas 5% de áreas escarpadas. A cidade está localizada em um vale; a parte plana não ultrapassa 500 metros de largura onde se alinham os seus três núcleos principais: Vila Abernéssia, Vila Jaguaribe e Vila Capivari. Vila Abernéssia é o centro comercial e administrativo da estância; Vila Jaguaribe tem uma parte turística e outra residencial e Capivari é a vila turística, por excelência.

É nela e em seus arredores que se concentram os melhores hotéis e restaurantes, confeitarias e shoppings, além de luxuosas residências que lembram chalés suiços e palacetes imponentes, de estilo normando. A estância é dotada de parque hoteleiro de categoria internacional.



Festival de Inverno

Durante o mês de julho a música erudita invade Campos do Jordão. Os acordes dos instrumentos clássicos levam quem está na cidade a se envolver com a erudição que Campos transpira. Sob o comando da Secretaria de Cultura do Estado, a cada edição, o festival de inverno cresce, e junto com o evento a cidade desponta no cenário nacional. A partir de 2004, o festival ganhou o título de Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão.

Desde 1969, Campos do Jordão é palco do mais importante festival de música erudita do Brasil. Idealizado pelo maestro Eleazar de Carvalho, o Festival de Inverno prioriza a formação de músicos e regentes e vem registrando a participação dos mais importantes nomes da música do Brasil e do mundo.

O festival é considerado o mais importante da música erudita no país, reunindo público recorde em todas as suas apresentações. Já contou com a participação de artistas de grande expressão no cenário musical nacional e internacional, como a soprano Angela Gheorghiu e o tenor Roberto Alagna. O festival passou a ter custo zero para o Estado, por meio de parcerias entre o governo do Estado de São Paulo, a Secretaria de Estado da Cultura e a iniciativa privada. O festival desenvolve, na sua parte pedagógica, uma característica especial: reúne durante três semanas centenas de jovens instrumentistas bolsistas de todo o Brasil e da América Latina que posteriormente, no decorrer do evento, formam conjuntos de câmara e grupos instrumentais populares e ao final apresentam-se na big band, além de compor uma grande orquestra sinfônica dirigida pelo maestro Ayton Escobar. O festival de inverno é o grande evento cultural da cidade, onde já se apresentaram vários músicos de fama internacional.

Apresentaram-se no festival orquestras de vários países, entre eles Moscou, Argentina, Uruguai e diversos grupos de pequeno e médio porte. Os bolsistas também participam das audições, geralmente nos meios de semana, em apresentações solo ou conjunto de câmara.

alesp