Dia Mundial da Água (22 de março). Nada a comemorar, bastante a lamentar e muito a alertar. Estudos indicam que em 2050 até 7 bilhões de pessoas podem ficar sem água no planeta, sendo que atualmente já não há água para a higiene e saneamento de 40% da população mundial.

Esta situação só tende a piorar com o aumento do consumo e da contaminação das águas, o que num futuro bem próximo poderá levar o planeta à guerras sangrentas por causa deste líquido vital e ao qual hoje damos tão pouca atenção, devido à falsa ilusão de fartura.

Nosso desleixo é tanto que no Brasil tratamos apenas 37,7% do esgoto produzido. Governantes não conscientizados deste problema e empresas de saneamento, que não são pressionadas pela população para tratarem o esgoto, estão deixando um pesado fardo para as gerações futuras.

A água não é como o petróleo. Não há substitutivo. Crescente competição por água limitará severamente sua disponibilidade para a irrigação, que, por sua vez, restringirá seriamente a produção de alimentos no mundo.

Se toda a sociedade não se conscientizar da gravidade da situação, veremos em breve aquíferos, lagos e terras úmidas serem exauridos pelo homem em busca de água.

Nossa região é uma pequena amostra do que está acontecendo em todo o mundo. Os reservatórios de Paraibuna/Paraitinga, Santa Branca e Jaguari estão secando por uma série de fatores, como desmatamento, plantação indiscriminada de eucaliptos e extração abusiva de areia.

Talvez poucos saibam, mas a Bacia do Paraíba é responsável pelo abastecimento de 14 milhões de pessoas.

Vamos refletir sobre este gravíssimo problema e iniciar uma mudança concreta de atitude. Se cada um der um pequeno passo estaremos garantindo o maior patrimônio que nossos filhos e netos poderiam herdar: água limpa e em abundância.

*Padre Afonso Lobato é deputado estadual pelo Partido Verde