Maruska Cara ama a realidade das coisas e a exprime com realismo

Emanuel von Lauenstein Massarani
25/09/2003 14:00

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Obra Pau Pereira<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Pau Pereir.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Maruska Cara<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Maruska Cara250903.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Maruska Cara ama a realidade das coisas e a exprime num realismo rico de tons sublimes. Sua habilidade na difícil arte da aquarela condiciona e caracteriza de modo particular os seus temas. Trata-se de uma artista profundamente sensível, que capta não somente as vibrações dos seres humanos, mas as da flora e da fauna, com ênfase para a primeira manifestação artística nascida no Brasil: a arte plumária de nossos indígenas.

Charles Darwin escrevia que todo viajante que viesse para a América do Sul deveria ser botânico para poder sentir melhor a natureza, uma vez que os principais elementos da paisagem são as árvores, que deveriam ser conhecidas por serem plantas maiores e de maior longevidade.

Desde o descobrimento do Brasil, pois, que a flora, a fauna e os gentios que aqui habitavam mereceram a atenção dos grandes viajantes, como Humboldt, Maximilian van der Weid, Rugendas, Debret, entre outros. Quinhentos anos depois, uma pesquisadora brasileira de origem russa percorre, por meio de sua arte, os mesmos caminhos para fazer conhecer nossas árvores, através de suas sementes, suas flores e seus frutos.

A artista sente tudo o que pinta: como sente a vida, a beleza da folha, da flor, do tronco, da árvore, das frutas, das aves e, naturalmente, do ser humano. Tudo a faz palpitar; como por amor, tudo o que capta da beleza do mundo ela restitui em poesia.

Suas obras nos transmitem uma proposta importante ao provocar uma reflexão sobre a relação do homem com o seu habitat, do homem com os demais seres vivos, do homem com o infinito de sua alma. Mas, além de tudo isso, Maruska Cara presta um grande serviço para a preservação do nosso meio ambiente, uma vez que se respeita e se preserva mais o que é de nosso conhecimento.

Leveza, sensibilidade, cromatismo sublime constituem uma constante nas obras dessa artista que há 35 anos se dedica a resgatar a riqueza anteral de nosso país, estabelecendo um elo íntimo e profundo com a natureza.

Através das cores de suas belíssimas aquarelas, como na obra Pau Pereira, doada ao Acervo Artístico da Assembléia Legislativa, a artista consegue entoar um verdadeiro hino de amor à natureza e ao seu Criador.

A artista

Maruska Cara nasceu em 1944, na cidade de São Paulo. Artista plástica, desenhista publicitária, ilustradora e cenógrafa, ilustrou muitos livros científicos, realizando diversas publicações e poemas.

Participou de exposições coletivas e individuais, destacando-se, entre elas: Universidade de Brasília (1979 e 1981); Instituto de Cultura Hispânica (1980 e 1986); I, II, III, IV e V Espaço Cultural do BankBoston (1979, 1980, 1981, 1982 e 1983); Fundação Cultural do Distrito Federal (1982 e 1984); Senado Federal (1984); IBM do Brasil; Jorlan (1986); Embaixada dos Estados Unidos (1987); "Mulheres Pintando Mulheres", Congresso Nacional; Salão Riachuelo (1989); Portfólio Galeria de Arte (1990); Museu Filatélico de Brasília (1992); Clube dos Magistrados de São Paulo (1994); Clube Transatlântico, SP (1995); Memorial do Imigrante, SP (1996); Espaço Cultural Infraero; Hotel Tropical das Cataratas (1998 e 1999); Salão Internacional da Primavera e Casa das Rosas (2001); Terraço Itália (2002); Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo (2003).

A artista recebeu inúmeros prêmios, menções honrosas e medalhas, seguindo-se: Medalhas de Ouro na Fundação Zoobotânica do Distrito Federal, livro Minha mala, meu destino e Salão Internacional da Primavera.

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