As telas de Marcelo De Amorim podem ser consideradas como uma reportagem da realidade social brasileira, ao mesmo tempo de cultura e sentido poético. Sua obra é uma análise de figuras e de ambientes, vistos por um artista que está descobrindo os segredos da anatomia e da paisagem. Riqueza de luz e de cor, respondem ao seu sentido cromático com acesas contraposições tonais. O vulto de cada figura pertence àquele de idênticos personagens que cada um de nos tem descrito no próprio íntimo, muitas vezes, sem ter a coragem de lhes dar formas concretas. Frente a esses personagens tudo se torna simples. É quase a revelação de uma forma antiga de um equilíbrio essencial, composto de elementos puros, que somente a nossa absurda alienação nos veta de reconhecer possível. Nesse contexto advém com naturalidade esse dialogo entre ser e ser, entre nos e ele, onde permanece o entendimento e a troca. Na sua temática, o problema e o drama estão presentes e se tornam mensagem e verdade, como a lógica conseqüência desse equilíbrio escolhido e alcançado, que consegue dar a cada símbolo um valor, um lugar e uma dimensão precisa. Na obra "Menina na brita de pedra", doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, Marcelo De Amorim demonstra que entrar em contato com a figura significa procurar descobrir sentimentos humanos, ansiedades, situações psicológicas particulares, cada vez mais diversas. O artista Marcelo De Amorim nasceu em São Paulo, em 1970. Cursou a Escola Panamericana de Artes onde recebeu Menção Honrosa por sua participação com a obra "Planeta terra". Participou de diversas exposições individuais e coletivas, destacando-se entre elas: Academia Brasileira de Artes, SP (1993, 1994, 1996, 1997 e 1999); Mostra de Arte de Araraquara, SP (2001); Fundação Calouste Gulbenkian, Áustria/Viena (2004); XIX Mostra de Arte da Granja Viana, SP; 10º Salão de Artes de Itajaí, Fundação Cultural de Itajaí, SC; 12º Salão da Bahia, Museu de Arte Moderna, Bahia (2005); XVI Sabbart, Salão Brasileiro de Belas Artes, Ribeirão Preto, SP (2007); Mostra Conjunto Nacional, SP (2006 e 2007). Recentemente lançou um manifesto e uma série de pinturas sob o título "perduração" referente ao trabalho escravo de crianças no Brasil. Foi classificado para a exposição realizada no Porão das Artes, no Edifício da Fundação Bienal de São Paulo, SP (2007). Suas obras encontram-se em coleções particulares na Áustria, no Brasil e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.