Os membros da CPI da Eletropaulo, constituída com a finalidade de investigar possíveis irregularidades no empréstimo concedido pelo BNDES à empresa de energia, aprovaram por unanimidade nesta quarta-feira, 14/3, o relatório elaborado pelo deputado Jonas Donizette (PSB). O relator aponta em suas conclusões a "perspectiva de irregularidades no edital da privatização e nos empréstimos efetuados junto ao BNDES para efetivar a compra da estatal".Os deputados discutiram também emendas ao texto original do relatório apresentadas pelos deputados João Caramez, José Augusto e Antonio Mentor. Nos debates, foram acatadas as propostas de alteração da redação, além da inclusão de informações relativas a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), que arquivou o processo de investigação da operação envolvendo o BNDES e a empresa americana AES. Também foi aprovada uma emenda do deputado Antonio Mentor para incluir no relatório documentos referentes a gastos com publicidade enviados à comissão pela AES Eletropaulo. Esses documentos, explica o presidente da CPI, contêm informações que diferem daquelas prestadas pela jornalista Maria Ângela Jabur, diretora de Comunicação e Responsabilidade Social da empresa, em depoimento à CPI no dia 1°/3.Ao finalizar os trabalhos, o presidente Antonio Mentor defendeu a necessidade de que, na nova legislatura, seja proposta a constituição de nova CPI sobre a Eletropaulo. Segundo ele, mesmo depois de nove anos da venda da empresa, a sociedade paulista exige que se investigue, com profundidade, as operações que envolveram a privatização da maior distribuidora de energia elétrica da América Latina. Mentor afirmou que o relatório aprovado reflete o sentimento dos membros da CPI: "Queremos dar prosseguimento ao trabalho feito, pois não podemos perder tudo o que se produziu a partir dos depoimentos e debates nesta comissão. Com todas as dificuldades que tivemos, especialmente o tempo exíguo e a falta de estrutura necessária para conferir agilidade aos trabalhos, tivemos resultados de muita qualidade, graças à participação de cada um dos deputados e, destacadamente, do relator".