Comissões debateram visita de comitiva brasileira à China

Da Redação
Em junho, as comissões de Assuntos Internacionais, de Economia e Planejamento e de Finanças e Orçamento receberam o secretário de Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo, João Carlos de Souza Meirelles, que veio ao Parlamento paulista fazer um balanço da viagem à China. Meirelles integrou a comitiva brasileira, que acompanhou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assim como o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e mais outros três governadores, além de 400 empresários de diversos setores da economia nacional.
"Precisamos ter competência para explorar a grande via aberta pela missão que foi à China", declarou, ao fazer uma avaliação das atividades próprias do governo do Estado durante a visita. Meirelles destacou ainda a inauguração de um escritório da BM&F em Xangai. Para o secretário, a geração de trabalho e renda em São Paulo depende muito da dinamização do comércio externo. "O que estamos vendo na China é uma verdadeira ebulição econômica. Os chineses são absolutamente fascinados por dinheiro. O país asiático comporta, portanto, qualquer setor de atividade. O que pode significar, para nós, brasileiros, boas possibilidades de gerarmos saldo positivo em nossa balança comercial", avaliou.
A exposição de Meirelles aos parlamentares das três comissões situou alguns pontos importantes das relações comerciais com a China. O principal objetivo da aproximação do Brasil e do Estado de São Paulo com o gigante do Oriente é a geração de emprego e renda no front interno. Entretanto, algumas barreiras precisam ser superadas: o secretário sublinhou as especificidades culturais e as dificuldades relacionadas com as diferenças. As escolas de línguas teriam, assim, um importante papel ao introduzirem em grande escala no país o ensino do mandarim, língua predominante na China.
No campo econômico
Meirelles destacou o recente ingresso da economia chinesa na Organização Mundial de Comércio. Apesar da milenar experiência no comércio internacional, a China ainda não está totalmente adequada às normas e regras da OMC. Dessa forma, o desenvolvimento das relações Brasil-China tem um grande potencial a ser explorado, particularmente no que diz respeito aos novos mercados. O comércio bilateral entre os dois países cresceu de U$ 1,2 bilhão, em 1994, para U$ 6,6 bilhões, em 2003. Meirelles avalia que as exportações brasileiras, centradas hoje em produtos como ferro e aço, celulose, produtos automotores, couro e madeira serrada, podem evoluir muito nos setores de alimento, móveis e construção civil.
Um outro setor com amplas perspectivas é o de álcool combustível. Até 2001, a China era um país exportador de petróleo. Desde 2002, passou a importar o produto e tem restrições para utilizar o milho como base para a produção de álcool, em função da ampla utilização do grão para alimentação e produção de ração animal.
No campo do turismo
O secretário identifica outra grande frente de negócios. A China, que controla a saída de seus cidadãos, acaba de aprovar o Brasil como destino aos turistas chineses. Uma das grandes empresas de aviação brasileira já tem planos de operar com uma linha direta para Xangai.
O secretário, depois de ir à China, visitou ainda o Japão e o Canadá, também com o objetivo de explorar relações comerciais com esses países.
Gargalos e saídas
O deputado Vitor Sapienza (PPS) advertiu que a evolução das exportações no Estado de São Paulo enfrenta pontos de estrangulamento, como o padrão das calhas dos portos, as deficiências das ligações férreas e rodoviárias, além da falta de silos.
O secretário Meirelles concordou com a avaliação de Sapienza e acrescentou que vivemos a iminência de um colapso anunciado. Os gargalos do porto de Santos dependem de ações de emergência, disse o secretário.
Em resposta ao deputado Enio Tatto (PT), que pediu informações sobre eventuais negociações para atrair investimentos chineses nos projetos das parcerias público-privadas, Meirelles disse que a China anunciou uma soma de U$ 5 bilhões para investimentos em infra-estrutura voltada ao setor exportador. O governo do Estado quer atrair os chineses para desenvolver parcerias em projetos como o ramo sul do Rodoanel e do Ferroanel, além da ampliação da malha que liga os aeroportos.
Já a preocupação do deputado Mário Reali (PT) diz respeito aos tipos de ações que podem ser desenvolvidas pelo Estado para elevar o valor agregado dos produtos de exportação. Meirelles disse que os esforços do governo do Estado estão voltados para incorporar cada vez mais valor a esses produtos. Segundo ele, é preciso criar porteiras virtuais, isto é, promover indústrias que aproveitem a grande quantidade de produtos do agronegócio para promover a máxima agregação de valor. O secretário apontou os arranjos produtivos organizados como uma boa estratégia para atingir essa finalidade. Falou também da dinamização dos quatro pólos de tecnologia do Estado. Financiamento adequado e isenção às microempresas são outras frentes a serem perseguidas para os objetivos de exportação.
O deputado Arnaldo Jardim (PPS) questionou o papel estratégico para o Brasil de um acesso ao oceano Pacífico. Meirelles disse que apesar de a saída do Atlântico ser ainda prioridade, deve-se avaliar opções para o país ter acesso ao Pacífico. Essas opções ligariam as economias regionais do sudeste e do norte e centro-oeste aos portos do Chile e do Peru.
Presidem as comissões de Assuntos Internacionais, deputada Célia Leão (PSDB); de Economia e Planejamento, deputado Waldir Agnello (PTB); e de Finanças e Orçamento, deputado Luiz Gonzaga Vieira (PSDB).
Notícias mais lidas
- Alesp aprova aumento de 10% no Salário Mínimo Paulista, que passa a ser de R$ 1.804
- Reajuste salarial de servidores é tema da 56ª Sessão Ordinária da Alesp; assista à transmissão
- Governo envia à Alesp projetos com diretrizes orçamentárias para 2026 e reajuste do mínimo paulista
- Encontro na Alesp define reivindicações de servidores da Polícia Civil ao Executivo
- Dia da Policial Militar Feminina exalta conquistas e promove reflexão sobre igualdade na corporação
- Lei que transformou dor de família em ações que salvam milhares de vidas completa 10 anos
- Alesp nomeia integrantes das comissões permanentes para o segundo biênio da 20ª Legislatura
- Veículos híbridos de SP terão isenção do IPVA por dois anos; confira regras aprovadas pela Alesp
- Aumento do salário mínimo estadual e projeto 'Chave-a-Chave' são temas de Sessão Ordinária da Alesp
Lista de Deputados
Mesa Diretora
Líderes
Relação de Presidentes
Parlamentares desde 1947
Frentes Parlamentares
Prestação de Contas
Presença em Plenário
Código de Ética
Corregedoria Parlamentar
Perda de Mandato
Veículos do Gabinete
O Trabalho do Deputado
Pesquisa de Proposições
Sobre o Processo Legislativo
Regimento Interno
Questões de Ordem
Processos
Sessões Plenárias
Votações no Plenário
Ordem do Dia
Pauta
Consolidação de Leis
Notificação de Tramitação
Comissões Permanentes
CPIs
Relatórios Anuais
Pesquisa nas Atas das Comissões
O que é uma Comissão
Prêmio Beth Lobo
Prêmio Inezita Barroso
Prêmio Santo Dias
Legislação Estadual
Orçamento
Atos e Decisões
Constituições
Regimento Interno
Coletâneas de Leis
Constituinte Estadual 1988-89
Legislação Eleitoral
Notificação de Alterações