Fábio Haibara: uma obra aberta à natureza viva da terra


08/04/2008 11:23

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A maioria dos pintores que se dedicam a naturezas mortas muitas vezes deixam de lado o espetáculo natural, o que não é o caso de Fábio Haibara, que se concentra nas composições e quase, por encanto, colhe a poesia das coisas simples que o homem tem tendência a esquecer com extrema facilidade.

Embora não aceite tão-somente a lição do passado, mas deseja re-propor uma atualização crítica revivida, esse artista se enquadra perfeitamente na tradição pictórica,

Encontramo-nos frente a uma obra realista, caracterizada por uma cor densa e forte e por uma justaposição de enérgicas distribuições tonais, onde um elemento fantástico intervém para transfigurar a visão, personificando-a. Esse elemento não pode ser que a luminosidade.

Trata-se de uma luz não propriamente natural, mas interpretada pelo artista como um recurso ambiental e cenográfico que contrasta com a atmosfera levemente velada, onde costumeiramente ele próprio pinta.

Da melancolia que invadem certas suas composições, Fábio Haibara consegue reanimá-la, transferindo-a sobre a tela dentro de um prisma onde a íris decompõe a luz em diferentes cromatismos. Para o jovem artista o esforço de iniciar uma nova obra, consiste em exprimir a simplicidade das cores, respeitando as regras da verdadeira pintura.

Na obra Literatura de Cordel, doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, sua pintura não é a encarnação de cenas imaginárias ou a projeção externa de sonhos, mas um estudo preciso do que realmente aparece e, mais que um estudo, é uma obra aberta à natureza viva da terra.





O artista



Fábio Haibara, pseudônimo artístico de Fábio Siqueira Haibara, nasceu em São Paulo em 1966. Desde muito jovem se interessou pelo desenho e pela pintura e a partir de 1986, passou a se dedicar ao gênero da natureza morta, pelas formas e volumes e pelo claro e escuro.

Estudou desenho com José Simeone, pintura a óleo com Osvaldo Viviane e Daniel Terto Marcedes, e cor e composição com Eduardo Ostergreen e Euclides Rios.

Desde o ano 2000 sua obra tem sido premiada com medalhas de ouro no 33º Salão da Primavera (2002), 12º Salão da Natureza Morta (2004); com medalhas de prata no 10º, 14º e 15º Salão de Natureza Morta (2002, 2006, 2007), 54º Salão Paulista de Belas Artes (2003) e 63º Salão Livre (2005).

Por outro lado recebeu o prêmio de aquisição da Secretaria da Cultura no 51º Salão Paulista de Belas Artes (2000) e Prêmio de Aquisição da Assembléia Legislativa do 52º Salão Paulista de Belas Artes (2001).

Possui obras em inúmeras coleções particulares, oficiais e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp