As obras geométricas de Bel Magalhães possuem extrema precisão, clareza e cromatismo rítmico

Emanuel von Lauenstein Massarani
06/07/2004 14:00

Compartilhar:

Obra Planos 5<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/BelObra.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>  Bel Magalhães<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Bel.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Grande admiradora do abstracionismo histórico, Bel Magalhães é uma artista que crê na pesquisa séria e tenaz, isto é, na pesquisa da forma pura como conquista do absoluto. Mesmo sem inflexões místicas ou idealísticas, ela recusa a redução da abstração ao trompe l'oeil de muitos artistas pop.

A derivação geométrica da artista, presente em sua carreira "abstrata", não é a priori. Embora tivesse começado nas artes como pintora figurativa, em virtude de sua formação de arquiteta rompeu com a primeira, passando a se dedicar às pesquisas abstratas, muito próximas do concretismo europeu.

Bel Magalhães seguiu o caminho da geometria com o seu puro rigor construtivo e arquitetônico. A qualidade de suas obras é de alto nível, revelando um instinto quase clássico, pela extrema precisão do resultado formal, índice de uma característica clareza mental.

A sua imaginação não é metafísica nem mística, mas puramente concreta e operativa: sua tendência é verificar as relações entre as formas e a própria construção das formas. O seu construtivismo é um modo todo seu de ser fiel à própria época, de projetar-se e descobrir um estilo próprio.

Nesse sentido, Bel Magalhães não pode ser considerada revolucionária, pois não pretendeu romper as pontes com a tradição, somente renová-la, dando ao mundo moderno novos emblemas pertinentes. Ela se sente, de certa maneira, inserida na evolução da história, não interrompendo-a, mas prosseguindo-a -portanto, plenamente consciente de sua modernidade e, ao mesmo tempo, de sua mais autêntica tradição.



Em suas obras recentes, como em Planos 5, doada ao Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho, Bel Magalhães aplica um cromatismo rítmico a suas estruturas. A feliz inventiva não é somente formal, pois o próprio papel da cor é determinante na formação de suas telas: a cor preenche os esquemas, os vivifica e os torna reais.

A artista

Bel Magalhães, pseudônimo artístico de Isabel Magalhães, nasceu em 1959, em Belo Horizonte, MG. Após concluir o curso de arquitetura na Universidade Santa Úrsula, no Rio de Janeiro (1981), mudou-se na década de 1980 para São Paulo, onde mora e trabalha.

Seguiu cursos de artes plásticas com Lígia Pape (1979); pintura no MAM, Rio de Janeiro (1982); desenho artístico na Fundação Armando Álvares Penteado, SP (1985); pintura a óleo na Faap, SP (1986); técnicas mistas com Ayao Okamoto, na Faap, SP (1987 e 1988); pintura no Atelier Cavallini, em Florença, Itália (1990); pintura na Parsons School of Design, Nova York, EUA (1994); pintura com Marco Gianotti, no MAM , SP (2002); e história da arte no MAM, SP (2003).

Participou das seguintes exposições coletivas e salões de arte: Alunos da Fundação Armando Álvares Penteado (1986, 1987 e 1988); Salão da Hípica de Guaratinguetá, SP (1999); Paço das Artes de Roseira, SP; 50° Salão Ararense de Artes Plásticas, Araras, SP (2002); Salão de Artes Visuais de Vinhedo, SP; 51° Salão Ararense de Artes Plásticas, Araras, SP; 23° Salão Bunkio de Arte Contemporânea, SP (2003).

Recebeu o Prêmio Aquisição do Salão de Artes Visuais de Vinhedo e a Medalha de Prata no Salão Ararense de Artes Plásticas em 2003.

Desde 1987 trabalha como pintora mural em São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso. Possui obras no Acervo da Prefeitura Municipal de Vinhedo e na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo

alesp