Entre realismo e abstração David Monteiro busca poeticamente a sua própria linguagem

Emanuel von Lauenstein Massarani
23/09/2003 14:01

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Personagens à procura de autor<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Davi Monteiro personagens.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> O artista<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/DAVI MONTEIRO.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Dor de cidade<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Davi MonteiroDORDECIDADE.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A pintura de David Monteiro se apresenta como arte de denúncia sem passar pelos canais obrigatórios do mundo da angústia, da expressão formal e do maneirismo contemporâneo. Ela respira numa vasta dimensão: figuras enormes que ocupam a tela em posições de ação. A figura se impõe bem à sua própria presença.

Encontramo-nos frente a uma original personalidade de artista, interprete das diversas exigências de nosso tempo. Sem ignorar os termos onde se desenvolve a delicada obra de inserção das instâncias mais modernas das pesquisas formais, aí nascem suas "figuras" semelhantes a robôs.

Podemos dizer que David Monteiro se situa na polêmica, a meio caminho. Ao não abandonar totalmente o figurativismo, sentiu a necessidade da abstração, o que, entretanto, não quer dizer "abstracionismo".

Eis que vemos nascer e desenvolver-se uma estilização geométrica, se assim podemos chamá-la: um mundo onde as formas se reduzem a traços legíveis levados a aflorar o pós-expressionismo. O artista encontra, assim, um seu modo individual para solucionar o que chamaríamos de uma sua crise entre realismo e abstracionismo.

A sua pintura transmite a ferida provocada por uma certa opressão externa e, apesar de sua timidez natural e seus eventuais conflitos interiores, traça quadros que se rebelam, quadros repletos de acusações. Contra o lugar comum e contra as convenções sociais, o seu mundo interior busca outros territórios: assim os encontramos na respiração de sua pintura que se apossa de uma própria complexa linguagem.

Nas obras "Personagem à Procura de Autor" e "Dor de Cidade", doadas ao Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho, a conduta artística de David Monteiro mantém integral adesão à sua impostação, não sacrificando, entretanto, no campo polêmico, a própria natureza poética.



O Artista

Pintor e restaurador, David Augusto Monteiro Neto nasceu em Ribeirão Preto no ano de 1977. Cursou Arquitetura e Urbanismo na FAU de Ribeirão Preto.

Atuou como assistente de direção de arte em comerciais publicitários na produtora de filmes Chroma Filmes Ltda.

Além de participar de exposições em galerias de arte e na própria faculdade, onde destaca-se: "Mostra de Arte da Juventude" - SESC Ribeirão Preto (2000 e 2001), está participando ativamente na restauração artística de réplicas das obras do Aleijadinho na Fundação Armando Álvares Penteado.

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