A escultura de Marly Faro: um meio de análise e de investigação humanas

Museu de Arte do Parlamento de São Paulo
27/07/2006 17:13

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O ser humano permanece sem dúvida o que existe de mais complexo quanto à forma, à variedade e à cor, que é dificilmente definida. Essas primeiras noções se adquirem desde o início. A escultora Marly Faro obedece a um forte desejo de realização interior e exterior. Na origem, o nu é para a artista um meio de análise e de investigação.

A história da arte nos demonstra que, em todos os tempos, os artistas se exprimiram sempre através do nu, definição ideal do ser humano. Todos os museus do mundo estão repletos de nus assinados por grandes mestres. Como rivalizar com eles, sobretudo na hora de uma desfiguração sistemática? A fim de não degradar o ser humano, procuram-se outras formas que escapam aos rigores da anatomia e da invenção.

Sem dúvida, graças a uma certa filosofia, a comparação parece ridícula. Um famoso nu muito conhecido se torna uma imagem nova e inesperada. Depois de tudo, o nu somos todos nós. Não escapamos, portanto, de um certo narcisismo. A artista procura estabelecer um diálogo. A proposição não desapareceu. O diálogo entre a arte e o tema, entre o artista e seu modelo é de qualquer maneira um ato de fé.

Trabalhando o mármore, o granito, a terracota, a resina e o bronze, a artista nos leva a reconhecer em algumas de suas esculturas abstrato-figurativas a forte presença da imagem feminina. Escultora autêntica, possui força, energia e, sobretudo, um núcleo poético interior que constitui o verdadeiro impulso do seu operar. Sua poética localiza-se entre o expressionismo e o informal, sobre um fundo de realismo romântico. Suas próprias obras dizem como essa poética está enraizada.

Como em "O Banho", escultura doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, os personagens de Marly Faro possuem sensualidade e movimento, elegância e beleza de formas.

A artista



Nascida no Rio de Janeiro, dedicou-se desde cedo às atividades artísticas. Formou-se na Faculdade Nacional de Arquitetura, em 1964, no Rio de Janeiro.

Estimulada pelos progenitores e por dons genéticos e intuitivos, aos sete anos de idade compunha, escrevia suas primeiras poesias e modelava em miolo de pão seus primeiros trabalhos.

Estudou em colégios na Suíça, Itália e França, onde teve a oportunidade de conviver com o mundo artístico europeu. Trabalha com argila, pedra, madeira e bronze.

Realizou diversas exposições individuais, no Brasil e no exterior, entre elas: "Jóias e Esculturas", Galeria Bonino Rio de Janeiro (1974); "Jóias e Esculturas", Galeria Cantu, Rio de Janeiro (1975); Embaixada do Brasil em Paris (1978); Petit Galery, Rio de Janeiro (1979); Agência Varig, Nova York, Estados Unidos (1981); Galeria George Mandell, Paris (1982); Espaço Cultural Petrobrás, Rio de Janeiro (1986); Galeria Versailles, Rio de Janeiro; Galeria Lutèce, Brasília; Galeria Performance, Brasília; A.M.C. Galeria, Rio de Janeiro; Imperial Galery, Tóquio; Galeria Diglio, Campinas, SP (1987); Galeria Dubront, Paris; Galeria Glikel, Rio de Janeiro (1988); Espaço Cultural IBM, Curitiba, PR (1991); "Mulheres", Galeria Marly Faro (199); "Em Nome da Figura", Galeria Almacén, Rio de Janeiro (2003).

Participou ainda de várias exposições coletivas: Salão Militar, Rio de Janeiro (1967/1968/1972); Planetário da Gávea, Rio de Janeiro (1985); Academia Brasileira de Letras, Rio de Janeiro (1986); Banco do Brasil, Rio de Janeiro (1990); Projeto "Resgate I", Rio de Janeiro (1993); "Inspira Rio", Rio Designer, Rio de Janeiro (1994); Galeria de Arte Nair Petri, São Paulo (1997); Galeria Belas Artes, Cachoeiro do Itapemirim, ES; e Galeria D'el Arte, Vitória, ES (2003).

Possui obras em diversos acervos no Brasil e no exterior, no MASP (Museu de Arte de São Paulo) e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp