60 ANOS DO FIM DA II GRANDE GUERRA MUNDIAL

A Guerra no Pacífico " Parte 2
05/05/2005 19:07

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Couraça do Arizona explode<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Z GUERRA couracadoArizonaexplode.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Tropas americanas desembarcamem Iwo Jima<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Z GERRA TropasamericanasdesembarcamemIwoJima.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Pearl Harbor sob ataque da aviação japonesa<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Z GUERRA PearlHarborsobataquedaaviacaojaponesa.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Americanos tomam Iwo Jima<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Z GUERRA AmericanostomamIwoJima.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Nos domingos, como sempre acontecia, era dia de folga para os milhares de marujos da frota americana no Pacifico; somente poucos ficavam a bordo dos navios para tarefas rotineiras e de manutenção. Mas aquele 7 de dezembro de 1941 seria bem diferente na vida de todos.

Ainda de madrugada, a tripulação do navio caça-minas USS Condor, tinha avistado um periscópio de um submarino fora da entrada de Pearl Harbor, e às 6:45h, o destróier USS Ward afundou um submarino ao largo da entrada da base. Apesar de o aviso ter sido passado para sua base, não foi dado nenhum alerta geral.

Os 181 aviões japoneses faziam parte do primeiro grupo que havia decolado dos seis porta-aviões pertencentes à força-tarefa, tendo como objetivo o ataque à frota americana no Pacífico. Às 6:05h eles partiram do ponto onde se encontravam os 31 navios japoneses, em direção ao Havaí. Sob a liderança do comandante Mitsuo Fuchida, a esquadrilha, formada por aviões bombardeiros Mitsubishi A6M "Zero", Nakajima B6N "Kate" e Aichi D3A "Val", voaram a uma velocidade de 320 km/h, no sentido sul.

Às 7:40h, em formação aberta, Fuchida aguardava pelo rádio de seu aparelho a ordem para a missão.Treze minutos depois, o código foi transmitido: "Tora, Tora, Tora" (Tigre, Tigre, Tigre), e os pilotos se dirigiram para o ataque. Em dois minutos estavam sobrevoando a base naval de Pearl Harbor e lançando os torpedos e bombas trazidos nos seus aviões.

A formação inicial foi subdivida em seis diferenciadas, cada uma como um alvo especifico " não apenas os navios da frota foram atingidos, os campos da aviação militar e os depósitos de combustíveis também eram prioritários na missão.

Medo de sabotagens

Os 394 aviões americanos que estavam estacionados em Oahu, sendo 139 do Exército, e 157 da Marinha, eram operacionais, mas pouquíssimos conseguiram levantar vôo e dos que tentaram abater as aeronaves inimigas, a grande maioria foi destruída em terra. Preocupados com possíveis sabotagens, todos os aviões foram colocados alinhados, o que facilitou a ação japonesa. Um total de 188 aeronaves foram destruídas e outras 159 foram avariadas. Nas bases aéreas de Kaneohe e Ewa, dos 82 aviões que existiam, em ambos os campos, somente um tinha condições de vôo após o ataque.

No porto, as tripulações dos navios a princípio não entenderam o que estava acontecendo. Somente quando foram lançados os torpedos e as bombas, que explodiram ao atingir as embarcações, é que eles trataram de se proteger, e alguns correram para as baterias antiaéreas para revidar ao ataque.

A Frota do Pacifico era constituída por 96 de navios de diversos tipos, mas os principais eram nove couraçados, e três porta-aviões, que estavam ausentes da base naquela fatídica manhã. Dos oito couraçados " os maiores navios que estavam em Pearl Harbor " , que estavam fundeados ao lado da Ford Island, apenas um não se encontrava em sua base. Esses navios foram os que receberam os maiores impactos dos torpedos. Excetuando dois, que tiveram perda total, os demais puderam ser reparados. A maior tragédia foi a do couraçado Arizona, que às 8:10h, ao receber um torpedo que perfurou seu costado, atingiu seu paiol de munições e explodiu, matando 1177 homens de sua tripulação, sobrevivendo apenas 300.

Às 8:50h a segunda leva de aviões, sob o comando do tenente Shigekazu Shimazaki, e formada por 167 bombardeiros e caças, fez um novo ataque, com o principal objetivo de destruir as instalações das bases militares. Dos 96 navios que estavam em Pearl Harbor, dezoito foram afundados ou seriamente avariados " 2.403 pessoas morreram (68 civis) e 1.178 ficaram feridos (35 civis). Dos mortos, quase metade foi vítima da explosão do couraçado Arizona.

Erro estratégico

Retornando para o porta-aviões, Fuchida tentou convencer o almirante Nagumo a fazer um terceiro ataque, mas este recusou a proposta e se retirou com sua frota; foi um grande erro estratégico. As perdas japonesas se resumiram a 29 aviões, um submarino classe "I", além de cincos mini-submarinos. As baixas chegaram a 185 homens.

Em estado de choque e de revolta, a população dos Estados Unidos recebeu a notícia do ataque. O presidente Roosevelt imediatamente reuniu o gabinete e convocou uma sessão extraordinária do Congresso para um grave pronunciamento. Na segunda feira, dia 8 de dezembro de 1941, em um memorável discurso, Roosevelt afirmou que a data do ataque seria lembrado como o "Dia da Infâmia" e disse à nação e aos congressistas que o Japão havia atacado também a Malaia, Hong Kong, Guam, Filipinas, Wake e Midway. Ao término de seu discurso afirmou: "o povo americano, em nome da justiça desta causa, lançara todo o seu poderio até a vitória total. Não só nos defenderemos ao máximo como nos asseguraremos de que essa forma de traição nunca mais nos porá em perigo... Conquistaremos o triunfo inevitável " com a ajuda de Deus. Peço ao Congresso que declare... um estado de guerra".

Roosevelt era sabedor dos planos de ataque antes dos acontecimentos, e necessitava de uma justificativa para entrar na guerra e ajudar a Inglaterra, que lutava sozinha contra os nazistas. A campanha pela neutralidade tinha até uma lei e adeptos na sociedade, entre eles o herói aviador Charles Lindenberg, o primeiro homem a atravessar o Atlântico em um avião, em 1927. O presidente americano colaborava com o esforço de guerra inglês, com a Lei de Empréstimos e Arrendamento ("Lend & Lease"), aprovada em 8 de março de 1941, que o autorizava a ajudar os países que se opunham aos membros do "Pacto Tríplice" (Alemanha, Itália e Japão) de setembro de 1940, mas essa ajuda era pouca e muito restrita.

Máquina econômica

Com a entrada dos Estados Unidos na guerra, o Exército, que contava com 700 mil homens, e mal preparados antes do início do conflito, passou com a campanha de alistamento a ter 10 milhões de homens, e a máquina econômica, que estava em uma profunda crise, entrou em funcionamento, acabando com o desemprego que assolava os norte-americanos.

No dia 11 de dezembro, em cumprimento ao "Tratado Tríplice", a Alemanha e a Itália declararam guerra aos Estados Unidos, e este fez o mesmo. Os norte-americanos lutariam em duas frentes: na Ásia e na Europa.

O Exército japonês, o mais profissional dos que lutaram na II Grande Guerra, em pouco tempo conquistou uma grande área no Pacífico e na Ásia. No dia 18 de abril de 1942, realizando uma façanha sem precedentes, o tenente-coronel James Dollitle, famoso aviador, bombardeou Tóquio com 16 aviões B-25, que foram transportados em um porta-aviões. A peripécia causou poucos estragos, mas demonstrou aos japoneses que eles não eram intocáveis. A opinião pública americana ficou exultante; foi uma vitória moral e psicológica.

No dia 8 de maio de 1942, em seu primeiro confronto direto com as forças americanas, a Marinha Imperial japonesa foi derrotada na Batalha do Mar de Coral. No mês seguinte, em 4 de junho, nas ilhas Midway, o Japão sofreria sua maior derrota, quando perdeu quatro grandes porta-aviões, inúmeros aviões e os seus pilotos. Seria a antecipação do fim.

A partir de Midway, os Estados Unidos partiram para o ataque, deixando o Japão na defensiva e sendo obrigado a lutar em várias frentes de combate ao mesmo tempo. Entre agosto de 1942 e fevereiro de 1943, a ilha de Guadalcanal foi local de intensos combates, que resultaram na morte de 25 mil soldados japoneses, e apenas, 1600 americanos. O mais importante foi a perda de centenas de aviões e de suas tripulações, entre 600 e 900.

Visita de inspeção

Após captarem uma mensagem cifrada da Marinha japonesa, os americanos descobriram que o almirante Yamamoto estava realizando visita de inspeção às bases nas ilhas Salomão, e, em 18 de abril de 1943, um esquadrão de 18 caças P-38 foi ao encalço do chefe da esquadra do Japão e abateu seu avião, um bombardeiro Nakajima, matando todos seus ocupante " foi uma vingança por Pearl Harbor e um duro golpe para a moral dos japoneses.

Com o seu poder, os Estados Unidos podiam fazer a reposição de material e de homens em pouco tempo. A conquista das ilhas no Pacífico era vital para a estratégia dos americanos. Era necessário para os EUA ter bases, para que seus grandes aviões bombardeiros tivessem autonomia para atacar o próprio Japão, suas indústrias, especialmente de armas, seus depósitos de combustíveis, e retornassem seguros ao seu ponto de partida.

De roldão, as forças armadas norte-americanas foram empurrando os japoneses de volta para seu país. As vitórias foram ocorrendo uma após a outra: Filipinas, golfo de Leyte, ilhas Marianas, Tarawa, Iwo Jima, Okinawa. A ilhas eram conquistadas palmo a palmo. Cenas desesperadoras de suicídios, incluindo mulheres com crianças de colo, foram vistas por soldados atônitos; em diversos pontos dessas ilhas vulcânicas havia centenas de cavernas, e o uso de lança- chamas foi uma constante. Os aviões B-29, as chamadas "Superfortalezas voadoras", lançaram no território japonês, inclusive em zonas urbanas, milhares de bombas incendiárias, causando maior número de vítimas que qualquer outra arma.

A guerra no Pacifico estava chegando ao fim, mas o Japão seria vítima de mais uma tragédia sem precedentes na história.

alesp