Economista da Unicamp avalia política macroeconômica atual


11/04/2005 16:56

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Ricardo Carneiro, economista e professor do Instituto de Economia da Unicamp<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/ilp11abr.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Da redação

"A herança das gestões de Fernando Henrique Cardoso é muito ruim, mas a política econômica do governo Lula é claramente insuficiente para lidar com esse legado", afirmou o economista e professor do Instituto de Economia da Unicamp Ricardo Carneiro, na palestra A Economia Brasileira Hoje: entre Ajustes e a Busca do Desenvolvimento, promovida pelo Instituto do Legislativo Paulista nesta segunda-feira, 11/4.

"A política macroeconômica atual é uma versão piorada do governo FHC, porque é mais ortodoxa e mais anticrescimento", ele avaliou. O professor afirmou que não existe experiência de desenvolvimento bem-sucedido em países emergentes que adotaram câmbio flutuante. Ele também criticou a supervalorização do regime de metas da inflação e o ajuste fiscal, que reduz gastos sociais e nem assim gera recursos para o pagamento de uma dívida interna alavancada pela alta taxa de juros.

O crescimento de 5% do PIB verificado no ano passado é considerado pequeno pelo economista, em comparação com as taxas de outros países emergentes. E além disso, não é resultado de uma ação do Governo Federal. "O governo Lula está promovendo as mesmas políticas que não vão dar sustentação ao crescimento da economia", ele afirmou.

A política de desenvolvimento, sobretudo através do crédito dirigido e do investimento em empresas estatais, também é continuísta. "Ela é um pouquinho melhor, embora ainda não tenha saído do campo das intenções", disse.

Privatizações e abertura comercial e financeira sem critério e sem uma política industrial, empreendidas no governo FHC, deixaram como legado para o atual Governo Federal uma economia sem dinamismo e um descompasso irrecuperável do ponto de vista tecnológico, avaliou o economista. "A infra-estrutura brasileira está caindo aos pedaços, e continuará assim com a atual política econômica", ele previu.

alesp