Museu de Arte do Parlamento de São Paulo - Vera Pavanelli pinta com encáustica obras abstratas eivadas de poesia e musicalidade


11/12/2008 14:43

Compartilhar:

Verde x Roxo<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/12-2008/VeraPavanelli verde x roxo.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>  Vera Pavanelli <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/12-2008/Vera Pavanelli cara.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Poucos ou mesmo raros são os artistas que nos dias de hoje usam a encáustica como processo de pintura e cuja pratica teve o seu esplendor na Grécia antiga. Vale salientar que a própria palavra provém do grego clássico e significa derreter ou pintar a fogo. A artista brasileira Vera Pavanelli, utilizando modernos instrumentos elétricos e cera de abelha, dedica suas pesquisas a reativar o renascimento dessa técnica que permite aos artistas redescobrir os efeitos refinados da pintura e comprovar a durabilidade das obras.



O abstracionismo dessa pintora se baseia essencialmente sobre a vibração da matéria, isto é, sobre a vibração que deriva da maneira de tratar a cor através da encáustica, de modo a fazê-la vibrar com acostamentos e contrastes. Suas composições são construídas rigorosamente, exatamente para permitirem as cores vibrarem com mais intensidade.



Observar as obras de Vera Pavanelli é, portanto um motivo estimulante para se aproximar de uma artista que permanece fiel ao abstracionismo, procurando a verdade e as possibilidades mais originais. Suas obras nos fazem pensar na corrente viva das idéias expressas por artistas do nível de Hartung, Herbin, Poliakoff, Schneider.



A pintura dessa artista nos transporta numa história de contrastes vistos através da força da natureza. São caminhos por florestas, formas de pedra, terrenos onde aparecem novas raízes ou o brotar de uma nova planta a determinar formas, dilacerações ou invasões que criam o que normalmente chamamos de paisagem.



A criatividade de Vera Pavanelli nos transmite a continua mutação ou o movimento de todos os elementos, isto é, o mecanismo da natureza que nunca para. Assim podemos assistir de perto à reprodução e a contorção de plantas, flores, rochas, como se estivessem gerando algo de suave e de romântico, mesmo se envolvidas em cores mais fortes e vibrantes, como o verde da hortelã, o violeta das vestes dos bispos, o laranja da casca da fruta, a projeção de um arbusto de espinhos.



Na obra "Verde x Roxo", realizada em encáustica e doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, a artista dá uma demonstração perfeita de sua sensibilidade cromática, sua capacidade de inundar de luz suas criações, bem como sua parcimônia em reavivar com múltiplos fragmentos uma superfície estruturada com equilíbrio, poesia e musicalidade.



A Artista



Vera Pavanelli nasceu em Piracicaba, São Paulo, em 1952. Realizou cursos na Faculdade Santa Marcelina e na Fundação Armando Álvares Penteado. Especializou-se em pintura a óleo e em encáustica.



Participou de diversas exposições, destacando-se entre elas: Centro Cultural da Funarte - Fundação Nacional de Arte (2000); Espaço Cultural da Unicid - Universidade Cidade de São Paulo e na Unisa - Universidade de Santo Amaro (2001); Espaço Cultural da Caixa Econômica Federal, Curitiba, PR e em São Paulo (2002) e Museu da Casa Brasileira, São Paulo; Galeria Abrantes, Lisboa, Portugal; Galeria La Cisterna, Latina, Itália (2003).



Recebeu diversos prêmios, menções honrosas, medalhas de bronze, prata e ouro, por suas participações em manifestações artísticas no Brasil e no Exterior. Foi homenageada com o Prêmio "Florisa Verucci", instituído pelo Conselho Estadual da Condição Feminina em 2002 na Assembléia Legislativa do Estado, tendo em vista sua atuação como pessoa dedicada às causas sociais e apoio aos novos talentos artísticos.



Suas obras encontram-se nos principais acervos particulares e oficiais do Brasil e na Argentina, Chile, Estados Unidos, Alemanha e Espanha, com destaque no Museu da Universidade de Melbourne, Austrália, Câmara Municipal de Abrantes, Portugal, Espaço Cultural Volkswagen, São Bernardo do Campo, acervo do prefeito Walter Veltroni em Roma Itália e Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp