Pacificar ou aterrorizar
Depois de décadas de "equilíbrio do terror", quando as superpotências ameaçavam o mundo com o holocausto nuclear, a Guerra Fria terminou sem um tiro sequer, depois da assinatura de um programa de desarmamento entre Estados Unidos e União Soviética, em 1988. A União Soviética se esfacelou em 1991 e os conflitos que se seguiram não representaram o risco de desestabilização internacional que esta Segunda Guerra do Golfo pode causar.
As maiores potências econômicas e militares estão divididas como há tempos não ocorria e, dentro das nações, conflitam-se opiniões e há grandes mobilizações populares.
Esta guerra inaugura um novo momento das relações internacionais. A atitude dos Estados Unidos de querer impingir a "Pax Americana" no melhor estilo "Império Romano" tem causado incômodo entre aliados tradicionais, como França e Alemanha, que rejeitam a intervenção no Iraque, além de representar um duro golpe no papel mediador da Organização das Nações Unidas.
Como potência hegemônica, os Estados Unidos têm mostrado profundo desdém pelos foros internacionais. Além do Conselho de Segurança da ONU, o governo de Washington adotou a política de ignorar o que não lhe interessa, como o Protocolo de Kyoto, o Tratado de Destruição de Armas Nucleares com a Rússia, o Tribunal Criminal Internacional - cuja adesão estava praticamente aprovada pelo governo Clinton, entre outros organismos que defendem uma visão abrangente da política mundial.
Como quem semeia ventos colhe tempestades, o governo norte-americano pode encontrar pela frente algo mais que tempestade de areia - já está às voltas com a revolta de populações de países de maioria muçulmana que não costumavam se manifestar em conflitos internacionais, como ocorre atualmente na Indonésia.
Ao considerar a guerra contra o Iraque como uma cruzada contra Sadam Hussein, o presidente norte-americano George W. Bush fez com que países muçulmanos considerassem os Estados Unidos como inimigos de sua religião. Essa mistura de arrogância e intolerância por parte dos norte-americanos - impensável em um país como o Brasil, que sabe aceitar as diferenças de raça e credo com naturalidade - aprofundou a tensão religiosa, estimulando o terrorismo. Isto gerará mais ódio e levará a uma maior instabilidade política.
Acredito que se a motivação dos EUA for o petróleo ou a reconstrução do Iraque - loteada entre as companhias norte-americanas de petróleo e as empreiteiras que financiaram a campanha de Bush à Presidência, como afirmam seus próprios jornais, o tiro sairá pela culatra. O índice de confiança do consumidor americano atingiu 62,5 pontos em fevereiro, sendo o menor em dez anos, ou seja, mais recessão pela frente. A Alemanha, a terceira maior economia do mundo, pode rever sua projeção de crescimento de 1% do PIB este ano, enquanto o governo do Japão fala em injetar recursos em seu mercado, principalmente nos bancos.
Com a guerra, o risco de aprofundar a recessão mundial é grande. Mas ainda há uma saída: retomar as negociações de paz no âmbito do Conselho de Segurança. É necessário que haja o respeito às instituições internacionais, como regra básica de convivência entre os países. Há que se fortalecer o papel da ONU e exercitar o caminho do diálogo - e trabalhar com afinco para se obter a tão desejada paz mundial.
*Arnaldo Jardim é deputado estadual
Engenheiro Civil, 47 - Secretário da Habitação (1993)
Presidente da Comissão de Assuntos Internacionais da ALESP
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