Debate trata do software livre na administração pública


24/09/2003 21:15

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Software livre: debate contou com a presença de interessados em informática<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/cienciaA240903.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Deputados Aldo Demarchi, Célia Leão e Simão Pedro<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/ciencia240903.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

DA REDAÇÃO

A Comissão de Cultura, Ciência e Tecnologia, presidida pela deputada Célia Leão (PSDB), realizou nesta quarta-feira, 24/9, por iniciativa do deputado Simão Pedro (PT), debate com o tema "Software livre na administração pública".

Marcos Mazoni, presidente da Celepar, falou sobre a experiência da aplicação de software livre nos estados do Rio Grande do Sul e do Paraná. Mazoni ressaltou a utilização do sistema operacional Linux, gratuito e sem o pagamento de royalties, pelo Banrisul, a primeira instituição financeira da América Latina a adotar o software livre. "Cerca de 2.100 escolas estaduais do Rio Grande do Sul possuem laboratórios equipados com softwares livres", completou Mazoni, informando que faculdades do Paraná e a PUC/RS também estão adotando esse sistema.

Para Mazoni, o fator liberdade é mais importante que a gratuidade em si. "Entretanto, há que se destacar que o Brasil gasta 1,5 bilhão de dólares com a remessa de royalties. O ideal seria se esse dinheiro fosse revertido para a educação."

Telecentros paulistanos

Beatriz Tibiriça, coordenadora do Governo Eletrônico da Prefeitura de São Paulo, destacou a importância da inclusão digital desenvolvida pela administração municipal paulistana por meio do Programa Telecentro. "O programa é uma política pública de inclusão digital com recursos do governo, envolvimento da comunidade e software livre." Segundo Beatriz, a prefeitura conta com 72 telecentros e a meta para dezembro são 128 desses estabelecimentos. "Todas as unidades se localizam na periferia, em localidades escolhidas com os menores Índices de Desenvolvimento Humano da cidade", disse a coordenadora, comunicando que São Paulo vai sediar o encontro nacional e o da América Latina sobre telecentros.

Análise da viabilidade

Mauricio Ghetler, do Banco Santos, apontou algumas restrições que são feitas com relação à real necessidade do software livre. Segundo Ghetler, o custo de software tem caído cada vez mais. "As pessoas não estão adquirindo novas versões de programas porque as novidades apresentadas não são percebidas pelo usuário comum."

De acordo com Ghetler, num sistema aberto qualquer pessoa desenvolve o que bem entende. "Não há garantias de que o software livre seja melhor e de que possa mudar automaticamente um sistema como o bancário, por exemplo. Existem bancos que estão informatizados há mais de 30 anos e que contam com milhões de clientes. Portanto, não há a certeza da viabilidade de mudar todo esse sistema", declarou Ghetler, ressaltando que é preciso repensar a questão do pagamento de royalties, não apenas refentes a softwares, mas a muitos outros produtos comercializados no Brasil.

alesp