Proposta foi apresentada na audiência pública de Presidente Prudente



Durante a audiência pública realizada pela Comissão de Finanças e Orçamento, na sexta-feira, 28/5, na sede da OAB de Presidente Prudente, com a finalidade de colher propostas para aplicação do Orçamento estadual 2011, foi sugerida pelo vice-presidente da Câmara Municipal de Presidente Prudente, Clóvis Lima, a criação de uma agência estadual de desenvolvimento para o Oeste Paulista.

Também participaram da mesa de trabalhos, presidida por Mauro Bragato (PSDB), os deputados Vitor Sapienza (PPS) e Ed Thomas (PSB), e os prefeitos de Presidente Bernardes, Wilson (Nenê), e de Narandiba, Enio Magro.

Magro também apresentou demandas importantes para todos os municípios da região: saneamento básico, estações de tratamento de esgoto, galerias pluviais e combate à erosão.

Além disso, foi reivindicado um programa de recuperação de área viária urbana e, em especial, a pavimentação da estrada de acesso ao bairro Sete Copas, em Presidente Prudente, e a implementação de programa de agricultura familiar, hoje, responsável por cerca de 40% da produção agrícola no Estado.

Muitos funcionários públicos estiveram na audiência para renovar suas propostas de reajuste salarial, ampliação do atendimento do Iamspe, pagamento de precatórios, fim da política de bônus e gratificações e aumento do quadro de servidores. Estiveram representadas a Apampesp, o Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza e o Sindicato dos Peritos Criminais.



Ferrovias



Sapienza afirmou que seria muito importante para o Oeste Paulista a retomada do transporte ferroviário, de forma a propulsionar o desenvolvimento local. "Gostei da postura do prefeito de Assis quando afirmou que "toda benfeitoria para uma cidade é bem recebida pelos demais municípios da região, uma vez que acaba beneficiando a todos"".

Um dos deputados que representam a região, Ed Thomas disse que "agora é o momento de fatiar o bolo, e o Oeste Paulista espera receber um bom pedaço". Thomas lembrou algumas reivindicações anteriores, feitas em audiências públicas, que foram implantadas: regularização de terras do Pontal e a reforma do aeroporto de Presidente Prudente.

Bragato, que também é de Presidente Prudente, encerrou a reunião informando que o Orçamento estadual previsto para 2011 é de R$ 138 bilhões. "Mesmo estando numa camisa de força orçamentária, São Paulo é o único Estado que gasta mais de 30% com educação". Para ele, as conquistas vão acontecendo gradualmente, como o que foi feito com o Iamspe, instituição que deverá receber indexações progressivas a título de contrapartida financeira do Estado.



Presidente cresceu com o café e com a Estrada de Ferro Sorocabana



O município de Presidente Prudente foi fundado em 14 de setembro de 1917, pelo coronel Francisco de Paula Goulart, e os trilhos da Estrada de Ferro Sorocabana, hoje Fepasa, chegaram em 19 de janeiro de 1919. Com eles vieram colonos, em sua maioria agricultores, e surgiram os primeiros problemas de infraestrutura, como a falta de escolas para as crianças.

A colonização da região foi feita inicialmente por migrantes vindos do sul de Minas Gerais, comandados por José Teodoro de Souza, mineiro de Pouso Alegre, atraídos pelas terras férteis do sudoeste Paulista e também porque o café era uma boa opção de trabalho no estado de São Paulo. Com a expansão da Estrada de Ferro Sorocabana, uma importante forma de penetração e uma via de escoamento da produção cafeeira, a colonização tornou-se mais fácil e rápida.

Depois de locada a estação, foi marcada uma divisa com separação entre a fazenda e a cidade. Este traçado, hoje a avenida Washington Luiz, ficou como base do arruamento futuro da nova vila. Depois disto, o coronel Goulart deu ordem a seus homens para que, no dia seguinte iniciasse a derrubada da mata e fizesse uma roça de milho. Enquanto Goulart colonizava a área localizada à esquerda da Estrada de Ferro, no sentido de quem vem de São Paulo, o coronel José Soares Marcondes cuidava da colonização da área à direita da estrada. Estes dois homens foram os responsáveis pelo desenvolvimento da região e pelo crescimento do que é atualmente Presidente Prudente.

Em 93 anos, a população cresceu para 210 mil habitantes e a cidade se transformou na 6ª melhor cidade do Estado de São Paulo.Presidente Prudente localiza-se a 587 quilômetros a oeste da capital do Estado. Possui uma área de 563,62 km². Sua população estimada em 2009 era de 207.725 habitantes. É considerada a sexta melhor cidade do Estado de São Paulo para se viver. Dos 5.564 municípios brasileiros, ela ocupa a 29ª colocação no ranking das mais promissoras cidades para se construir uma carreira profissional. A cidade também ganha destaque como a 49ª cidade do país para melhor se trabalhar, segundo a revista Você S.A. em 2009.

A criação do Município de Presidente Prudente se deu pela Lei Estadual 1.798/21 de 28 de novembro de 1921. A comarca foi criada em 8 de dezembro de 1922 pela Lei 1.887/22, desmembrando-se de Assis e sendo instalada em 13 de março de 1923. Na ocasião da criação do município, este tomou o nome da estação ferroviária, já batizada com o nome de Presidente Prudente, visto a importância relevante da estrada de ferro para o desenvolvimento do município e região.

O aniversário de Presidente Prudente é comemorado em 14 de Setembro.



Região Administrativa de Presidente Prudente: modernização da agropecuária induz crescimento urbano



A Região Administrativa de Presidente Prudente, situada no extremo oeste do Estado de São Paulo, é a quarta maior em extensão territorial, com seus 23.952 km², ocupando 9,6% do território paulista. Nela se localizam 53 municípios distribuídos em três regiões de governo: Adamantina, Dracena e Presidente Prudente.

Além de estar na área de influência da Hidrovia Tietê-Paraná, que forma um corredor de escoamento de produtos para países do Mercosul, a RA de Presidente Prudente tem entre suas principais vias de acesso a Rodovia Raposo Tavares (SP-270), que faz a ligação com a capital paulista e o Estado de Mato Grosso do Sul.

Com uma população estimada de 827 mil habitantes (dados de 2006), a densidade demográfica da RA de Presidente Prudente é a segunda menor do Estado. A taxa de urbanização da RA de Presidente Prudente também é uma das menores do Estado, mas vem crescendo em ritmo mais acelerado que a média do Estado, como consequência da expulsão da mão de obra do campo pela expansão da pecuária, da diminuição das áreas de lavoura e da introdução de novas técnicas de produção agrícola.



Histórico



Assim como as outras regiões do oeste paulista, a Região Administrativa de Presidente Prudente teve sua colonização determinada pela construção das ferrovias e pela cultura cafeeira. A chegada da Estrada de Ferro Sorocabana, no início do século 20, e a introdução do café na Alta Sorocabana (como ficou conhecida a região a partir de Presidente Prudente) propiciam a integração da região ao processo de transformação econômica mais amplo que à época atingia o Estado.

A introdução da pecuária de corte na década de 1930, como alternativa para enfrentar a crise de 1929, diversifica a agropecuária regional. Porém, é com a cultura do algodão, nos anos de 1940, que a região volta a se desenvolver. É também nessa década que a Estrada de Ferro da Companhia Paulista atinge as barrancas do Rio Paraná, formando, em seu caminho, diversos núcleos, entre eles Osvaldo Cruz, Adamantina, Dracena e Panorama.

A fronteira agrícola consolidou-se em torno da estrada de ferro, reforçando as funções urbanas das cidades de Presidente Prudente, Presidente Bernardes, Santo Anastácio, Presidente Venceslau e Presidente Epitácio. Com a lavoura do algodão iniciou-se a disputa pela ocupação do espaço na porção centro-sul da região, representada pelos núcleos de Mirante do Paranapanema, Marabá Paulista e Sandovalina, distantes do eixo ferroviário e, até então, espaços marginais da expansão agrária.

Nesse período surgem também atividades extrativas vegetais associadas a serrarias e empresas madeireiras ligadas à navegação, em virtude da localização na divisa com os Estados do Paraná e Mato Grosso do Sul. Instalaram-se algumas unidades industriais da construção naval e dos serviços de carga e descarga, como o Serviço de Navegação da Bacia do Prata e a Companhia Mate Laranjeira, além do Porto Fluvial de Presidente Epitácio.

A partir da década de 1950, instalaram-se na região os primeiros frigoríficos, o que aumentou o interesse pela engorda de bovinos e, consequentemente, intensificou a formação de áreas de pastagem.

Nos anos de 1970, a região prudentina firmou-se como a de maior rebanho de bovinos de corte, chegando a ter, em 1980, 21% do rebanho paulista. Os incentivos à interiorização da indústria estadual nos anos de 1980 levaram à ampliação de instalações industriais vinculadas ao setor de derivados de carne, leite e bebidas.

A expansão da pecuária, o recuo das áreas de lavoura e a modernização da agropecuária, a par das transformações na indústria, influenciaram o movimento populacional e a urbanização. Verificaram-se a diminuição da população rural e o crescimento da população urbana, com elevação do contingente populacional ligado ao setor de comércio e serviços.

(Dados: Fundação Seade)



Cidades da RA de Presidente Prudente



Os 53 municípios da RA de Presidente Prudente são: Adamantina, Alfredo Marcondes, Álvares Machado, Anhumas, Caiabu, Caiuá, Dracena, Emilianópolis, Estrela do Norte, Euclides da Cunha Paulista, Flora Rica, Flórida Paulista, Iepê, Indiana, Inúbia Paulista, Irapuru, Junqueirópolis, Lucélia, Marabá Paulista, Mariápolis, Martinópolis, Mirante do Paranapanema, Monte Castelo, Nantes, Narandiba, Nova Guataporanga, Osvaldo Cruz, Ouro Verde, Pacaembu, Panorama, Paulicéia, Piquerobi, Pirapozinho, Pracinha, Presidente Bernardes, Presidente Epitácio, Presidente Prudente, Presidente Venceslau, Rancharia, Regente Feijó, Ribeirão dos Índios, Rosana, Sagres, Sandovalina, Santa Mercedes, Salmourão, Santo Anastácio, Santo Expedito, São João do Pau d"Alho, Taciba, Tarabaí, Teodoro Sampaio e Tupi Paulista.