Entidades de Direitos Humanos debatem estratégia após o fim da onda de violência


16/05/2006 20:47

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Reunião da Comissão de Direitos Humanos com representantes de entidades <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/ReuniaoDir034.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

O presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado Ítalo Cardoso (PT), reuniu-se com representantes de entidades de defesa dos direitos humanos nesta terça-feira, 16/5, no Plenário José Bonifácio. O motivo do encontro foi debater a melhor estratégia a adotar neste momento, após o término da onda de violência ocorrida no Estado. Cardoso manifestou seu receio de que, em função dos graves acontecimentos, possam a sociedade e seus representantes cometer erros. "Hoje, se atribui aos defensores dos direitos humanos a responsabilidade pela atitude do Primeiro Comando da Capital (PCC). Mas o que tem de ficar claro é que a rebelião foi decorrência de descumprimento, por parte do governo estadual, de acordo feito com os prisioneiros. Essa onda de violência mostra a falta de direção das autoridades responsáveis pela segurança em São Paulo". Ítalo denunciou que, após o fim das ações criminosas, 71 suspeitos já foram mortos pela polícia.

"Discordo dos que sustentam que devemos fugir da temática dos direitos humanos, pois são as atitudes dos defensores dos direitos que mantêm um mínimo de civilidade no mundo", declarou Carlos Weis, do Conselho Nacional de Política Criminal e Judiciária. Ele destacou que se deve lutar para mudar o conceito errôneo de que os direitos humanos são direitos dos bandidos.

O representante do Movimento de Defesa da Vida afirmou que, tendo como amparo a exigência da sociedade, há notícias do endurecimento das ações policiais.

Para o representante do Ministério Público Democrático, Airton Florentino da Barros, os fatos ocorridos decorrem da corrupção e da ausência do Estado, que, segundo ele, está sendo desmontado.

Todos os participantes do debate concordaram que é preciso continuar a luta em defesa dos direitos de todos e por uma sociedade, como disse Carlos Weis, "pacificada pela harmonia, e não pelo confronto". Ítalo Cardoso ainda comunicou que na próxima sexta-feira, 19/5, haverá uma audiência pública conjunta das comissões de Direitos Humanos da Assembléia, por ele presidida, e da Câmara dos Deputados, presidida por Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), e da Câmara Municipal de São Paulo, presidida pelo vereador Beto Custódio, para debater o tema "Segurança Pública e Direitos Humanos". Foram convidados para participar da reunião, que ocorrerá no Plenário José Bonifácio, o secretário da Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, o secretário da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, e os juristas Miguel Reale Júnior e Dalmo Dallari.

alesp