CPI da Pirataria ouve delegado-geral de São Paulo


01/10/2003 21:22

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CPI da Pirataria da Câmara Federal<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/CPIPirata1out03B.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Marco Antônio Desgualdo, delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/CPIPirata1out03A.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

DA REDAÇÃO

O delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Marco Antônio Desgualdo, foi ouvido na manhã desta quarta-feira, 1.º/10, na Assembléia Legislativa, pela CPI da Pirataria da Câmara Federal. Desgualdo foi convidado a falar na comissão depois de um jornal paulista ter revelado que ele fora interceptado em escuta telefônica com o delegado Luiz Carlos Santos, o China - este tinha suas ligações grampeadas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público sob suspeita de envolvimento com o contrabandista Roberto Eleutério da Silva, o Lobão.

"Vi meu nome envolvido com um suposto esquema de propinas como se fosse um bandido. Tomei conhecimento do assunto através da imprensa, mas não fui procurado pelos jornalistas para falar sobre os fatos", desabafou Desgualdo.

Segundo o delegado-geral, foi ele quem ligou para Santos, a fim de apurar o fato de a mulher de um delegado ter sido filmada na companhia de bicheiros - "o que já foi devidamente esclarecido", completou. "O que China fez foi retornar minha ligação", disse.

Desgualdo elogiou Luiz Carlos Santos, que, como chefe do Departamento de Assistência Técnica da Polícia Civil, é a pessoa mais próxima do delegado-geral. "O China é pessoa de inteira confiança e posso atestar que é um homem digno, ético, ao contrário de muitos policiais aos quais falta compostura na disputa interna por cargos", afirmou.

Inquirido pelo relator da CPI, Leonardo Piaccini (PMDB/RJ), se já conhecia Lobão, Desgualdo afirmou que não. "Durante toda a vida estive tratando de homicídios, e como delegado-geral o trabalho é mais administrativo, tomando conhecimento apenas dos casos mais relevantes", ele explicou.

Desgualdo revelou que a Polícia Civil adotou várias medidas para combater a pirataria, dentre elas a criação da Delegacia de Investigação de Crimes Eletrônicos e da Delegacia de Pirataria. "A falta de controle facilitava a corrupção interna e externa", justificou, acrescentando que "não basta combater o camelô, é preciso atacar quem está por trás, quem faz as grandes falsificações".

Desgualdo entregou ao presidente da CPI, Luís Antônio Medeiros (PL/SP), cópia do inquérito que a Corregedoria Geral da Polícia montou para investigar os policiais envolvidos no caso Lobão e colocou à disposição dos deputados todo o aparato de informações de que dispõe a Polícia Civil paulista.

alesp