Acesso a transportes públicos por deficientes é tema de audiência pública


25/09/2003 22:57

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Autoridades discutem formas de o transporte público atender melhor os deficientes<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/audpub1.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Interessados no tema e portadores de deficiência assistiram ao debate<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/AudPub3.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

DA REDAÇÃO

A Assembléia Legislativa realizou nesta quinta-feira, 25/9, audiência pública, por iniciativa do deputado Ítalo Cardoso (PT), para debater a acessibilidade de portadores de deficiência aos transportes públicos.

O diretor operacional do Metrô, Roque Lázaro Rosa, afirmou que a companhia pretende, até 2007, tornar todas as estações acessíveis aos portadores de deficiência. O Metrô vai treinar os funcionários para o método Libras, de forma a orientar os usuários com deficiência auditiva que utilizam o transporte. "Mais adaptações poderiam ser feitas. Entretanto, não temos recursos suficientes", disse.

Gerson Luiz Bittencourt, presidente da São Paulo Transportes (SPtrans), explicou o trabalho que a prefeitura desenvolve para a adaptação dos ônibus urbanos. "Os novos corredores, mais conhecidos como 'passa-rápido', entrarão em funcionamento com acesso para deficientes, bem como os novos ônibus que passarão a circular."

Quanto à frota atual, Bittencourt advertiu que a sinalização do banco especial será aprimorada e que os assentos serão substituídos gradativamente.

Uma segunda fase de adaptação refere-se aos terminais rodoviários. "Em conjunto com as subprefeituras, a SPtrans vai modificar a infra-estrutura desses terminais, adaptando, inclusive, os aparelhos telefônicos públicos às necessidades das pessoas portadoras de deficiência", disse Bittencourt.

Outra fase refere-se aos postos de cadastramento de usuários do sistema Atende (veículos fornecidos pela prefeitura para o transporte de deficientes). "Vamos descentralizar o atendimento com a abertura de postos nas subprefeituras, e esses locais vão oferecer também atendimento médico aos cadastrados", afirmou o presidente da SPptrans, ressaltando que até o final do ano serão inaugurados 15 postos. Com o possível aporte de R$10 milhões, a prefeitura pretende ampliar o Atende, de forma que não precise mais haver prazo para inscrições de novos usuários.

Secretarias estaduais e empresários

A coordenadora da Comissão de Acessibilidade da Secretaria Estadual dos Transportes Metropolitanos, Elizabeth Azevedo, destacou que o assunto "acessibilidade" tem de ser familiar a todos os funcionários da Secretaria. A comissão que ela coordena busca o acesso universal, com a integração das três empresas de transportes do Estado.

Ulisses Carraro, representante da Secretaria Estadual dos Transportes e da Agência Reguladora dos Transportes no Estado de São Paulo (Artesp), informou que sua pasta cuida de rede rodoviária e aeroviária e dos respectivos terminais. "Temos muito a fazer nesse segmento no que tange à acessibilidade e firmamos convênio com o BID para adaptar todo o setor ao atendimento de portadores de deficiência."

O presidente da Comissão Permanente de Acessibilidade (âmbito municipal), Edson Passafaro, disse que a acessibilidade é um ponto de honra para ele, que também é portador de deficiência. "A ampliação do Atende foi uma reivindicação que consegui aprovar na última plenária da comissão e o acesso de todos os deficientes a esse programa é uma conquista daqueles que lutam pela acessibilidade." Segundo Passafaro, uma parceria com o Metrô deverá integrar aquela companhia ao sistema Atende.

Adaptações urgentes

A ONG Fraternidade Cristã de Deficientes foi representada por José Roberto, que apresentou documento de reivindicações da entidade e afirmou que o tema deve ser apreciado com mais regularidade, sobretudo, pelos órgãos públicos "O deficiente é um cidadão e, portanto, tem direitos iguais aos serviços públicos com qualidade", afirmou, lembrando que certa vez perdeu 30 minutos num terminal de ônibus, apenas para ultrapassar escadarias que conduziam à parada do coletivo. "As adaptações se fazem urgentes."

alesp