Marcos Irine: formas seqüenciais constróem um discurso coerente, cromático e musical
Emanuel von Lauenstein Massarani
Marcos Irine obedece a uma regra que surge do amálgama de suas emoções, do vibrar de sua fantasia, do exercício de sua inteligência -- em resumo, da atividade do seu ser aberto à sensibilidade e ao conhecimento da problemática da vida hodierna. O jogo cerrado e simultâneo dessas faculdades interiores do pintor deu vida a uma linguagem nítida e intensa --- portanto, a um estilo bem próprio.
As relíquias de sua infância mineira, que constituem as formas de sua memória poética, foram se dissolvendo através do tempo, para dar espaço a um jogo totalmente novo, explicitamente devoto ao culto da racionalidade, a um divertimento mais ordenado, que com ironia dirigi-se no caminho da cenografia e pacientemente busca uma linguagem que deverá brotar de um saber ver, não dos objetos, mas da idéia original dos mesmos.
Sua temática desenvolvida em simbologias repetitivas -- cidades, casas, cortiços, favelas, coletivos, carros, barcos, seres, máscaras e religiões -- se transforma em verdadeiras palavras figurativas que o pintor usa para construir um discurso aparentemente dissociado, entretanto, extremamente coerente.
Concordamos com o crítico J. A. Ferrara, quando afirma que "a ausência de perspectiva impele-o ao enfrentamento do bidimensional, onde a ortogonalidade se impõe e exige do artista aquela maturidade capaz de extrair do plano a liberdade compositiva".
Trata-se de uma sintaxe para os olhos, desenraizada de toda sugestão onírica. As formas seqüenciais que persegue são um convite alegórico para ver a beleza das coisas no que existe também no mais pobre e humilde. Tudo se apresenta na mais cromática alegria, repleta de ritmo e musicalidade.
Se existe ambigüidade, ela está no fato de suas imagens serem firmes, de estruturas bem definidas, de cores que resplendem e emanam uma luminosidade irradiante. Os seus personagens são "impressos" sobre a tela com um rigor de síntese que não deixa margem ao incerto. Constituem uma operação estilística, onde as dificuldades voluntariamente procuradas servem a dar uma aguda e penetrante energia à sua linguagem.
Nas suas obras, uma sorte de inconsciente sentido intelectual consegue conviver nas suas imagens e se identifica com o mais vivo sentimento da história contada e a realidade do presente. Essa superposição de símbolos constitui uma identificação dos tempos e dos fatos criados pela pintura de Marcos Irine.
Através das obras "Metrópole" e "Mascarados", telas da série Urbana oferecidas ao Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho, Marcos Irine está nos colocando face ao dilema: "A arte como um jogo, a inteligência da arte como jogo". Entretanto, a preocupação do pintor em buscar nos labirintos do pensamento impressões diversificadas se entrosa com a sua vitalidade criativa de um metteur-en-scene.
O Artista
Nasceu em Alexania, interior de Goiás. Longe da formação acadêmica, mas sempre envolvido com a arte, pois sua mãe sempre encontrava tempo para criar "peripéricias" em meio aos afazeres domésticos, em madeira, raízes, retalhos de tecidos, palhas de coqueiros, argila e tantas outras coisas, que tornava aquele universo no mínimo curioso.
Em 1987, mudou-se para São Paulo, junto com seu irmão pintor. Trabalhou na criação em carros alegóricos em diversas escolas de samba (Unidos do Peruche, Nenê de Vila Matilde, Camisa Verde e Branco) e em algumas peças teatrais produziu os cenários em poliestireno. O seu grande desafio foi o trabalho, em 1998, de execução do espetáculo teatral Além da Linha d´Água, dirigida por Ivaldo Bertazzo.
Realizou, em 2002, uma exposição em conjunto com o artista Thiago Martins intitulada "Urbana" - Amostra de Arte Contemporânea - Saguão do Teatro Gazeta, realizada em 2002.
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