Cenário de crise potencializa solução hidroviária, aponta especialista


18/08/2009 19:25

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Frederico Bussinger e Edmir Chedid<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/08-2009/COMTRANSPfredericobussingeredepchedid4139ROB.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Orlando Morando e Antonio Mentor<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/08-2009/COMTRANSPDEPSROB_4140.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Orlando Morando e Celso Giglio <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/08-2009/COMTRANSPDEPSROB_4160.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Num cenário em que se somam congestionamentos urbanos, a possibilidade de esgotamento do petróleo e as ameaças ambientais, o transporte hidroviário ganha importância como uma modalidade energeticamente eficiente e ambientalmente adequada, avaliou Frederico Bussinger, presidente da Companhia Docas de São Sebastião e diretor do Departamento de Hidrovias do Estado de São Paulo. Ele esteve presente à reunião da Comissão de Transportes e Comunicações desta terça-feira, 18/8, presidida pelo deputado Edmir Chedid.

"Não será possível cumprir as metas propostas pela lei de mudanças climáticas sem uma alteração que inclua a hidrovia como item importante no modelo de transporte", afirmou Bussinger. Ele destacou que para transportar as mesmas seis mil toneladas que cabem numa barcaça utilizada na hidrovia Tietê-Paraná seriam necessárias 172 carretas de grande porte. Segundo ele, 2/3 do tranporte de cargas no Brasil é feito por rodovias.

Mudar essa realidade é parte da proposta do Plano Nacional de Transportes, que prevê aumento de 120% no uso do transporte hidroviário, disse Bussinger. "Mas a matriz de investimentos do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento, do governo federal) não dá conta dessa pretensão, já que concentra 60% dos recursos no modo rodoviário", avaliou.

O incremento do transporte hidroviário esbarra em gargalos de infraestrutura, operacionais, institucionais e comerciais, apontou o especialista. "Temos que incluir a hidrovia já na etapa de projeto dos empreendimentos que serão implantados", avaliou.

Bussinger falou ainda aos parlamentares sobre o plano diretor da hidrovia Tietê-Paraná, que demandaria recursos da ordem de R$ 8 bilhões. Entre as medidas previstas estão o alargamento de vãos de pontes para 100 metros " já realizado em oito das 17 pontes existentes " e a extensão e duplicação de eclusas.

Outro projeto importante, segundo ele, é o hidroanel de São Paulo, que do total de 186 quilômetros já tem 41 quilômetros navegáveis, entre Santana de Parnaíba e a represa da Penha. O orçamento total do hidroanel é de cerca de R$ 2 bilhões, mas com obras que despenderiam por volta de R$ 700 milhões já seria possível aumentar o trecho navegável para 150 quilômetros, ele afirmou. Outra vantagem do hidroanel, segundo o especialista, é a possibilidade de integração trimodal com o rodoanel e o ferroanel.

Bussinger apresentou ainda o plano de expansão do porto de São Sebastião, o sétimo maior do Brasil em movimentação de cargas. Ele inclui propostas como a integração entre a hidrovia e o porto por meio de dutos para o transporte de etanol, que passaria a contar com um píer com tanques de capacidade equivalente à de um navio.

Também presentes à reunião, os deputados Celso Giglio e Orlando Morando (ambos do PSDB) questionaram Bussinger sobre dados disponíveis e sobre a viabilidade econômica do transporte hidroviário.

alesp