Museu de Arte do Parlamento de São Paulo - Thiago Martins


30/09/2011 08:36

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Thiago Martins<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/09-2011/THIAGOMARTINS.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Mascarado<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/09-2011/MASCARADOTHIAGOMARTINS.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Marinheiro<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/09-2011/MARINHEIROTHIAGOMARTINS.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

As esculturas de Thiago Martins constituem fetiches ou símbolos, recolhem na longa história da arte outros tantos signos referenciais, que compõem ou estruturam uma memória de base, dela retirando aleatoriamente partes da matéria e permutando-a com cores que as valorizem.

Embora sem austeridade e frieza, sua arte é interiorizada, medida e calculada. Uma constante e bem presente trama ortogonal sobressai de suas esculturas, numa afirmação voluntária de um gesto constitutivo que nos transporta aos grandes princípios do suporte e da superfície.

Perseguindo uma dupla pesquisa, através da escultura e da pintura, Thiago Martins trabalha no campo da cenografia e da arquitetura. Artista de uma discrição sem par, evita ocupar a frente da cena. Enfocando, geralmente, o corpo humano, através de torsos, cabeças ou pés, o jovem artista interroga a imagem, o signo e o sentido, bem como a resistência da fragmentação, da permuta e da recomposição.

Máscaras, casas, favelas, barcos, brasões são inseridos no contexto da escultura e se constituem em traços arqueológicos intactos ou recortados, tudo bem próximo de um puzzle.

Trata-se de um artista instintivo que fez uma parceria perfeita ao aliar-se com o pintor Marcos Irine, que como ele prefere reproduzir mais que inventar, recuperar mais que imaginar. Ele nos faz crer que o título da obra decide e que nada pode ser mais significativo quanto o nome que lhe foi atribuído. Controlando seus elans líricos ou retóricos, o escultor mede suas efusões e calcula suas improvisações.

A partir das esculturas em poliéster Marinheiro e Mascarado, doadas ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, Thiago Martins nos mostra, através de sua conceitualização, que podemos seguir alegremente uma via moderna sem ignorar o passado, revitalizando a abstração, em face do retorno das figurações. Verificaremos, então, que o olhar deixará de flutuar e cessará de perscrutar o ritmo de sua obra, encontrando seu ponto de apoio em alguma parte da escultura ou de suas fendas cromáticas.



O artista

Thiago Martins nasceu em São Paulo, em 1982. Estudou arquitetura e é filho do artista plástico Juvenal Irene. Aos 12 anos, já era o ajudante preferido de seu pai e quatro anos mais tarde passaria a assumir a responsabilidade de alguns trabalhos em cenografia para o teatro e comerciais de TV. Entre os anos de 2001 e 2002, participou dos projetos Ilha Ratimbum e Obra Aberta, da TV Cultura, como pintor, escultor e aderecista.

Cursou pinturas especiais e workshops no Espaço Cenográfico, do singular J. C. Serroni. O artista também credita parte de seu aprendizado às várias reproduções que fez para a Fundação Ludovico, em Arujá (1999).

Realizou, em 2002, uma exposição em conjunto com o artista Marcos Irine, intitulada "Urbana", "Amostra de Arte Contemporânea", no Saguão do Teatro Gazeta.

Possui obras em diversas coleções particulares e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp