A pintura de Temis de Paris: constante especulação da vitalidade da natureza

Emanuel von Lauenstein Massarani
01/10/2003 14:00

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Temis de Paris<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Temis de Paris.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Obra Azul não te quero branco, vermelho não te quero azul<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Temis de paris obras.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Compreender os segredos mais íntimos do universo que nos cerca e, paralelamente, individuar os mecanismos que regulam e governam o funcionamento de um planetário é, sem dúvida, a vontade de Temis de Paris que poderia se revelar ao alcance do homem, mesmo idealisticamente.

Eis, uma realidade quotidiana e metafísica juntas: alguns objetos esparsos em diversos pontos aparecem como dignos de mais "uma odisséia no espaço", instrumentos descobertos durante um mágico plenilúnio em homenagem ao primeiro astronauta além de arquiteturas geométricas que recalcam formas e imagens mudadas de uma paisagem do subconsciente.

A viagem esplorativa dessa artista polivalente prossegue, entre altos e baixos inexcitáveis, sob a insígnia de uma constante especulação da vitalidade da natureza: aliás, uma natureza sempre menos natural e sempre mais construída.

"Coeli et terra narrant gloria Dei" parece dizer Temis de Paris cujo traço define os seus "engines" pintados de violeta e de branco, as atmosferas repletas de felicidade interior, onde a dança dos vermelhos, dos verdes e dos azuis provoca uma sensação física oscilante entre opostos sentimentos e receios.

Trata-se de uma verdadeira alquimista, na qual encontramos aquela constante energia vital, pronta a pulsar conosco, a se renovar, a se projetar no futuro e se lançar com o mais longínquo mundo da criação. Se desses valores geradores da emoção passamos à leitura da realidade pictórica de Temis de Paris, encontramos uma artista coerente, límpida, segura, mas, sobretudo, possuidora de um cromatismo harmonioso e ordenado.

No seu díptico "Azul não te quero branco, vermelho não te quero azul", doado ao Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho, é evidente a plenitude de seu cromatismo e sua projeção no espaço, bem como a exemplaridade de suas relações tonais e certas inovações de fundo de sua técnica pictórica, que fazem da artista uma excelente interprete.



Artista

Temis de Paris nasceu na cidade de Caçador, Santa Catarina no ano de 1947. Formou-se em 1984 em Artes Plásticas pela Fundação Armando Álvares Penteado. Entre 1985 e 1998 seguiu cursos de: semiótica, museologia e administração de museus, litogravura, pintura, design gráfico e de objetos. Desde então se dedica à escultura, pintura, instalações, design de objetos e troféus.

Participou de inúmeras exposições no Brasil e no Exterior, destacando-se entre elas: Galeria Eugênio Villien, SP; XII Exibição Anual, MEC - FUNARTE (1979); XII Espaço Anual "Astrogilda Alves Lippi", SP (1980); Galeria Arte Aplicada, "Degust'arte", SP (1983/1994); Expofair International de Arte Brasileira, Lisboa, Portugal; "4 Escultores", Itaugaleria, Goiania, GO; YK Designers e Beco da Arte, RJ (1985); Exhibition of Brazilian Contemporary Art, Curtis Hixon Convention Center, Tampa, Estados Unidos (1986); I Bienal Internacional, Anuário Latino Americano de Artes Plásticas, SP (1987); Galeria Bernardo e Bruni, Curitiba - PR (1988); Galeria de Arte André "Esculturas Contemporâneas", SP, Galeria Studio A, "Formas & Formas" Recife - PE (1989); Espaço Cultural Yázigi, "Momentos com Kraft" SP (1991); Ceramic Art II, Centro de Negócios de São Paulo, Galeria de Arte André, "10 Escultores na Ecologia" SP; The Hakone Open-Air Museum, The Fujisankei Biennale, Kanagana-Kan - Japão; Espaço Cultural Yázigi "Década de 90 - O Final do Efêmero", Porto Alegre - RS (1992); Casa Cor, Brasília; Espaço Cultural Yázigi, "Observatum Est" (1993); "Sala Histórica, Artistas Contemporâneos", Projeto Acervo Yázigi (1994); "EUROP'ART", Genebra - Suiça; "Arte da Paz", Fundação Mokiti Okada, Hebraica, Estação Sé do Metrô, Centro Cultural São Paulo (1995); "Voar é com os Pássaros", Galeria Arte Aplicada, SP (1997); "Futebol em Arte", Galeria André, SP (1998); TÓTEME, Caixa Econômica Federal, SP; Museu Brasileiro de Esculturas, SP , "Mulheres no Terceiro Milênio", Galeria André, SP (2000).

Suas obras encontram-se em inúmeros acervos oficiais e particulares do Brasil, Estados Unidos e na Europa, com destaque para o Acervo Artístico e o Museu da Escultura ao Ar Livre, do Palácio 9 de Julho.

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