Paralelamente ao Dia do Índio, que hoje se comemora, a Semana Orlando Villas Bôas instituída pela Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo e coordenada pelo Instituto do Legislativo Paulista, para perpetuar a memória do grande sertanista internacionalmente respeitado, se realiza este ano de 23 a 27 de abril. A data é uma excelente oportunidade para revelar a visão de artistas do acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo que com sensibilidade retrataram figuras de etnias indígenas de nosso país. Ao mesmo tempo é um bom motivo para se refletir a propósito de um provérbio indígena que diz: "Somente quando for cortada a última árvore, pescado o último peixe, poluído o último rio, é que as pessoas vão perceber que não podem comer dinheiro."Terra Brasil, de Cássia Soares - Seus temas incluem figuras indígenas, pássaros ou plantas num limite que faz reverberar a realidade, transformando-a e envolvendo-a em transparências que criam um verdadeiro clima de sonho. Menina Kalapalo, de Marco Rossi - Seu cromatismo, mesmo se denso e homogêneo, é inédito, como é incomum a maneira com que o artista deixa filtrar a luz com tanta doçura de modo a induzir o espectador a sentir poesia e lirismo onde se trata de pintura. O Abaetê, de Val Santinho - Sua pintura é forte, suas cores são acesas e profundamente harmônicas. A artista opera um expressionismo seu, individual, concebido na liberdade da própria paixão e no empenho do próprio tema.Orlando Villas Boas, de Ryszard Polski - Sua pintura, de empasto vigoroso e modelar preciso, demonstra a perícia do desenho, que é o fundamento e a substância da arte de pintar.O Pajé, de Armando Perez - Imbuídas de sentimentos genuínos, as expressões de suas figuras são autênticas e constituem uma componente fundamental de sua linguagem. Exercitada sobre o plano estético, encontramo-nos frente a uma empenhada presença humana equilibrada entre fatores técnicos e pictóricos.Xavantes tocando flauta, de Gisele Ulysse - As várias cores, sutis e elegantes, que penetram na trama pictórica, fazem ressoar o inteiro tecido cromático. A transparência da cor e o firme desenho fazem por sua vez viver as formas do tema no espaço, estabelecendo proporções e prospectivas para que o ar circule ao seu redor dando vida a cada personagem em foco.