Valeria Chalita concebe a relação homem/espaço, teatralizando o dia-a-dia da metrópole

Emanuel von Lauenstein Massarani
12/08/2004 14:00

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Obra A cidade<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Valeria Chalita - a cidade.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Valeria Chalita<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Valeria Chalita.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Para Valeria Chalita, a pesquisa pictórica está concentrada sobre a análise da realidade da metrópole, entendida, criticamente, como um local prosaico e alienante, onde se consuma a padronização do pensamento. Na impostação espacial de seus trabalhos, é fácil descobrir significativas "licenças prospectivas" que não dependem somente das conquistas da vanguarda histórica, mas acentuam, sobretudo, um novo e atual modo de conceber a relação homem-espaço.

É na pintura que reside, para a artista, o meio mais eficaz para transfigurar e transpor, bidimensionalmente, o grande teatro da vida citadina. Individuado o tema, a artista encontrou no branco e no preto o melhor elemento, eficazmente distinto, por onde proceder em sua pesquisa.

Teatralizar o dia-a-dia da metrópole, evidenciando a insuspeitável acessibilidade do homem em relação às coisas por ele mesmo produzidas, significa, para Valeria Chalita, sublinhar e acentuar a dura subordinação à tirania de um clima agressivo, veloz, impalpável e até mesmo corrosivo.

A artista descobriu um caminho eficaz para representar, com precisão, o devastador e possivelmente irreversível processo de anulação da identidade humana que substancia, lamentavelmente, a nossa contemporaneidade urbana. Em A cidade, obra doada ao Acervo Artístico da Assembléia Legislativa, a artista, motivada por uma emoção de vida, lança um grito que testemunha seu amor pela cidade natal.

A Artista



Valeria Chalita, pseudônimo artístico de Valéria Robba Chalita, nasceu em São Paulo, em 1946. Freqüentou diversos cursos na Escola Panamericana de Arte, além de outros específicos, como desenho, modelo ao vivo e decoração.

Participou de diversas exposições, tanto coletivas como individuais, dentre as quais destacam-se: Salão da Associação Paulista de Belas Artes, SP (1983 e 1984); Biblioteca Francisco Pati, SP (1984); Salão Acadêmico de Belas Artes Campinas, SP (1984); Salão Oficial de Belas Artes, Matão, SP (1984 e 1986); Palácio D'Água, Lisboa, Portugal (1985); União Cultural Brasil Estados Unidos, SP (1985); Exposição Internacional, "The Curtis Kixon Convetion Center", EUA (1986); I Expo Portugueses D'Alem-Mar, Feira Internacional de Lisboa, Portugal (1986); First Art Exposition Brazil, World Trade Center, Amsterdã, Holanda (1987); Museu Nacional de Arqueologia de La Paz, Bolívia (1987); Galeria Mercúrio, Santos, SP (1987, 1988 e 1992); Câmara Municipal de São Paulo (1988); Centro Cultural Jose Marti Hidalgo, México (1988); Salão de Artes Plásticas Machu Pichu Instituto Nacional Cuzai, Peru (1989); Vilares (1989); Casa da Cultura de Jundiaí, SP (1989); Galeria Crown Plaza Holiday Inn (1989); Galeria de Arte da Associação dos Cirurgiões Dentistas de Sant, São Vicente (1990 e 1991); Universidade de Sevilha, Espanha (1991); Instituto Cultural Mokati Okada (1997); Centro Cultural de La Cuidad Assuncion, Paraguay (1998); Galeria Marli Villas Bôas (1998); "Todos Um por Um" Funarte (1999); I Gesto de Arte Casa da Fazenda (2000); Galeria Cassiano Araújo (2002).

Recebeu os seguintes prêmios: Medalha de Ouro no Salão Nacional de Artes Plásticas de Mirandópolis (1984); Medalha de Prata no Salão de Artes Antares no Pará (1988) e no The Curtis Kixon Convention Center (1986); Medalha de Bronze no Palácio d'Água em Lisboa (1985).

A pintora foi catalogada no "Anuário" de Júlio Louzada e no Annuaire de l'Art Internationale, publicado em Paris. Possui obras em coleções particulares no Brasil, Peru, México e Bolívia e no Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho.

alesp